(Reuters) - O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, defendeu neste sábado a renegociação da dívida dos Estados com a União e disse que essa mudança precisa ser urgente para dar aos governos estaduais maior capacidade de investimento. "Existe uma questão que se impõe hoje como uma necessidade absolutamente urgente...que é a renegociação da dívida dos Estados", afirmou o senador tucano após ato de campanha em Porto Alegre, ao lado do candidato do PMDB ao governo do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori. Segundo ele, a renegociação abrirá espaço orçamentário para investimentos dos Estados. "A criação de um espaço mais adequado para que os Estados voltem a fazer os investimentos necessários, seja em infraestrutura, seja na melhoria da qualidade dos serviços públicos", disse Aécio. A renegociação das dívidas dos Estados com o governo federal é um debate antigo que esteve perto de um desfecho no ano passado no Congresso, mas a presidente Dilma Rousseff (PT), que disputa o segundo turno da eleição presidencial contra Aécio, abortou as negociações temendo uma piora na avaliação internacional das contas públicas do país. "Infelizmente, mesmo depois do acordo selado pelo atual governo, o ministro da Fazenda deste governo... teve o constrangimento de ir ao Senado dizer que o acordo que eles haviam selado conosco não seria mais cumprido, porque eles já haviam perdido o controle da condução macroeconômica do país", criticou o tucano. "Tenho esse compromisso de resgatar este entendimento. E vamos trabalhar, Sartori, para criarmos um espaço para que não apenas o estoque da dívida diminua, mas para que o fluxo da dívida também diminua, permitindo que os Estados voltem a fazer investimentos", disse. O candidato do PSDB voltou a reclamar do tom de ataques da campanha petista e disse que tentará evitar esse tipo de debate. Questionado sobre o anúncio de novos nomes para um futuro ministério, caso vença as eleições, Aécio disse que não pretende mais anunciá-los, como chegou a dizer semana passada. O tucano já anunciou que, se for eleito, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga será seu ministro da Fazenda. "Eu não tenho ainda definição de outros nomes, acredito que agora não seja mais necessário", disse. "Se eu vencer estas eleições, vamos ter o mais qualificado de todos os governos da história republicana do Brasil, porque eu vou buscar os nomes na sociedade, vou buscar os nomes a partir do conhecimento que cada um tenha", acrescentou. "O núcleo de um futuro governo está aqui representado nessa fotografia, PSDB, PSB e esse lado tão bom que o PMDB tem representado aqui no Rio Grande do Sul, esse é meu PMDB e essa é a base de um novo projeto para o Brasil, ao lado também do PP do Rio Grande", afirmou.
(Por Jeferson Ribeiro)