TÓQUIO (Reuters) - A aprovação pública do governo do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, caiu após a renúncia de duas ministras de destaque na semana passada, segundo uma pesquisa publicada neste domingo, adicionando mais pressão sobre Abe conforme ele se esforça para impulsionar a economia japonesa.
O maior jornal do país, o Yomiuri, ouviu 1.059 pessoas por telefone na sexta-feira e sábado e apontou que o apoio para o governo de Abe havia caído para 53 por cento ante 62 por cento em menos de um mês.
Entre os questionados, 37 por cento disseram que desaprovavam o governo, acima do índice de 30 por cento de desaprovação em uma pesquisa anterior de 10 de outubro.
Na maior revés desde que tomou posse em dezembro de 2012, Abe perdeu duas ministras em um dia na semana passada, complicando decisões difíceis sobre políticas chave, incluindo a possibilidade de avançar com uma impopular subida de impostos sobre vendas e de reiniciar reatores nucleares desligados após o desastre de Fukushima em 2011.
A economia do Japão está em dificuldades e analistas consultados pela Reuters cortaram sua previsão de crescimento anual pelo quinto mês consecutivo.
Yuko Obuchi, filha de um ex-primeiro-ministro, renunciou ao posto de ministra do Comércio e Indústria na segunda-feira, depois de ter admitido dúvidas sobre a possibilidade de seus grupos de apoio terem feito mau uso de fundos políticos.
A pesquisa do Yomiuri apontou que 73 por cento dos entrevistados concordaram que era certo que Obuchi deixasse o cargo.
Midori Matsushima também deixou o cargo de ministra da Justiça no mesmo dia depois de alegações de que teria violado leis eleitorais.
Obuchi e Matsushima foram duas dentre as cinco mulheres que Abe nomeou em setembro em uma investida para ganhar o apoio das eleitoras de sexo feminino, desafiando a dominação masculina na política no Japão.
(Por Tim Kelly)