Investing.com - A volatilidade deve mais uma vez estar presente no mercado de ações e de câmbio nesta quinta-feira (14). Na sessão de ontem, após notícias positivas e negativas, o Ibovespa acelerou as perdas na reta final e encerrou em queda de 1,22% aos 72.914,34 pontos. A moeda americana fechou estável a R$ 3,3101.
A incerteza deve permanecer na sessão de hoje, com os investidores pessimistas com a aprovação da reforma da Previdência em 2017. Isso se dá principalmente às informações desencontradas vindas do próprio governo.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), chegou a declarar no final da tarde de ontem que um acordo já havia sido costurado para votar a alteração da legislação previdenciária somente no ano que vem. O senador informou que a decisão foi tomada após reunião entre os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Jucá disse ainda que o Planalto participou do acordo.
Em sentido contrário, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reiterou que o governo mantém os esforços para a votação da reforma ainda neste ano. Para ele, as declarações do de Jucá têm boas intenções, mas que a ideia de Michel Temer é conseguir a aprovação ainda em neste ano. A expectativa é que um posicionamento oficial do governo seja definida ainda hoje.
O Congresso Nacional aprovou na noite de ontem o projeto de Lei Orçamentária Anual para 2018 com valor total de gastos de R$ 3,57 trilhões, incluindo a parcela necessária ao refinanciamento da dívida pública. A aprovação é um sinal claro de que o ano legislativo pode ter chegado ao final.
O colunista Lauro Jardim informou em seu blog que DEM cancelou a reunião da executiva que definiria o fechamento de questão, mas manteve a data da confraternização de final de ano. Esse seria mais um sinal que o partido desistiu de fechar questão e adiou a decisão com a indiacção de que a Previdência seria votada somente no próximo ano.
Na avaliação de analistas ouvidos pela reportagem do Valor, a decisão de não votar a reforma da Previdência neste ano e jogar o tema para 2018, praticamente encerram as chances da proposta ser aprovada no governo de Michel Temer, cabendo a missão ao governo que se formará após as eleições do ano que vem.