BRASÍLIA (Reuters) - Diante da economia cada vez mais fraca, o governo federal viu a arrecadação de impostos recuar 4 por cento em maio e atingir o pior resultado em cinco anos para esse mês, colocando ainda mais em xeque o cumprimento da meta fiscal deste ano.
Segundo informou a Receita Federal nesta quinta-feira, a arrecadação somou 91,5 bilhões de reais no mês passado, abaixo do esperado e com queda real (descontada a inflação) de 4,03 por cento sobre um ano antes. A cifra é a pior para maio desde 2010, quando somou 86,11 bilhões de reais.
Pesquisa Reuters feita com analistas do mercado mostrou que a mediana das expectativas era de que a arrecadação somaria 94 bilhões de reais no mês passado.
No mês passado, a maioria dos tributos registrou queda real no período com destaque para o Imposto sobre Importação (-11,74 por cento), Cofins (-5,14 por cento) e CSLL (-19,98 por cento).
Reforçou o desempenho negativo a renúncia por desoneração de 8,838 bilhões de reais no mês passado.
No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, a arrecadação somou 510,117 bilhões de reais, 2,95 por cento menor em termos reais sobre igual período do ano passado.
No período, a renúncia ficou em 47,135 bilhões de reais, 18,24 por cento acima dos 39,865 bilhões de reais em igual período do ano anterior.
Com a arrecadação enfraquecida em meio à retração econômica e mesmo após a recomposição de alguns impostos federais, já há muita dúvida se o governo conseguirás cumprir a meta de superávit primário deste ano, fixada em 66,3 bilhões de reais, correspondente a 1,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Em 12 meses encerrados em abril, a economia para o pagamento dos juros da dívida estava em 0,76 por cento do PIB segundo dados do Banco Central.
Devido à fraca arrecadação e diante da dificuldade em atingir o objetivo fiscal do ano, nos bastidores do governo já há discussão sobre a possibilidade de redução da meta de superávit primário. Nesta semana, o ministro da Fazenda, Joaquuim Levy, afirmou que era "precipitado" falar em mudança na meta de superávit de 2015 neste momento.
(Por Luciana Otoni)