Por Eva Taylor e Blaise Robinson
FRANKFURT/PARIS (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) começou a comprar títulos cobertos, afirmou um porta-voz da autoridade monetária nesta segunda-feira, abrindo um novo fronte em sua batalha para reanimar a economia da zona do euro e evitar a deflação.
O BCE já deu aos bancos a oportunidade de tomar empréstimos de quatro anos e também começará a comprar empréstimos securitizados ou títulos lastreados em ativos (ABS, na sigla em inglês) ainda neste ano, tendo já cortado sua principal taxa de juros para quase zero.
Ao tirar esses ativos do balanço patrimonial dos bancos, o BCE espera instigá-los a emprestar mais livremente de novo, o que é crucial para a economia da zona do euro, que depende amplamente de financiamento bancário.
Bônus cobertos são dívidas lastreadas em ativos como blocos de apartamentos ou comerciais, e 90 por cento do mercado está baseado na Europa, especialmente na Dinamarca, Alemanha, Espanha, França e Suécia.
O BCE também começará a comprar ABS em algum momento no quarto trimestre, informou a autoridade monetária neste mês, e oferecerá outra rodada de empréstimos de quatro anos a taxas ultrabaratas em dezembro.
O BCE espera que essas medidas melhorem as condições de financiamento e gerem efeitos positivos em outros mercados, o que deve reanimar a economia e ajudar a levar a inflação de volta para sua meta de perto mas abaixo de 2 por cento.
A inflação anual na zona do euro ficou em 0,3 por cento em setembro e permanece no que o presidente do BCE, Mario Draghi, tem chamado de "zona de perigo" de abaixo de 1 por cento há quase um ano.
O BCE disse que os últimos estímulos terão impacto "considerável" em seu balanço patrimonial, que almeja trazer de volta aos níveis vistos no início de 2012. Na época, o balanço do BCE estava em torno de 3 trilhões de euros.
O balanço patrimonial do BCE alcançou pouco mais de 2 trilhões de euros no início de outubro.