PARIS (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) não vai aceitar que a inflação fique parada abaixo da meta, disse o membro do conselho Christian Noyer nesta terça-feira.
Noyer, que também é presidente do Banco da França, disse que estimativas indicam que a inflação na zona do euro ficará "sem dúvida" por volta de apenas 0,6 por cento ao final do ano, muito abaixo da meta do BCE, de um pouco menos de 2 por cento.
"Nós no BCE não aceitamos passivamente que a inflação fique muito baixa em relação à nossa meta", Noyer disse durante uma audiência no Senado francês.
A inflação nos 18 países que usam o euro caiu em setembro para o menor patamar em quase cinco anos, a 0,3 por cento, nível que Noyer descreveu como "muito desconfortável".
Ansioso para eliminar a ameaça de deflação, o BCE aumentou as ações de política monetária e está considerando novas e excepcionais medidas para impulsionar o crescimento, o que puxaria a inflação para cima.
Questionado sobre o prospecto do BCE expandir sua compra de ativos para incluir dívida governamental, Noyer disse que seria mais complicado na Europa do que foi nos Estados Unidos devido à natureza fragmentada do mercado de bônus.
Noyer disse que o BCE espera que a inflação volte gradativamente para 1,5 por cento ao longo do próximo ano, antes de, lentamente, se aproximar da meta.
Apesar disso, Noyer não descartaria o risco de deflação emergindo na zona do euro ainda que o prospecto não esteja nas projeções do BCE.
"Não estamos em deflação e não prevemos deflação, mas sempre existe um risco", disse Noyer.
(Por Leigh Thomas)