SÃO PAULO (Reuters) - O setor aéreo brasileiro teve alta de 1,06 por cento na demanda por voos domésticos no primeiro semestre ante mesmo período de 2016, informou nesta segunda-feira a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), enquanto oferta de assentos caiu 0,17 por cento na mesma comparação.
O crescimento semestral foi impulsionado por quatro altas mensais consecutivas, com junho apresentando aumento de 1,96 por cento na demanda interna e redução de 0,68 por cento na oferta ante mesmo mês do ano passado.
Os dados levam o setor a estimar um panorama mais favorável para 2017, em linha com o que vem sendo visto até o momento.
"A expectativa é de que o ano vai ter final positivo, mas não vai ser nenhum espetáculo", disse Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, durante evento em São Paulo.
PREVISÕES
A demanda de passageiros (RPK) por voos domésticos deve crescer de uma faixa estimada de cerca de 20 a 48 por cento de 2017 e 2022, com expansão anual média ao redor de 6 por cento entre 2018 e 2022 no cenário mais provável, mostrou o relatório "Panorama 2016 - O setor aéreo em dados e análises" apresentado pela associação.
Em 2022, o número de passageiros transportados no Brasil deve ser de 117,73 milhões de pessoas no cenário mais provável. As perspectivas da entidade têm como base as projeções de PIB.
COBRANÇA POR BAGAGENS
De acordo com a Abear, a procura dos passageiros por passagens com tarifas que não incluem o custo das bagagens tem sido surpreendente. A cobrança das bagagens despachadas foi aprovada em 29 de abril, após revogação de liminar pela Justiça do Ceará.
"O dado nos surpreendeu muito positivamente. Em torno de 65 por cento dos bilhetes vendidos desde que foi desregulamentada a bagagem são para passageiros comprando a tarifa light, sem bagagem", disse Sanovicz.
A medida representa uma vitória das companhias aéreas em questões regulatórias, algo que esperam repetir em relação ao projeto que tramita no Senado que estabelece teto de 12 por cento para a alíquota de ICMS sobre o combustível dos aviões.
"Aprovado esse projeto nós assumimos o compromisso público de criar 70 novos voos diários, principalmente rumo ao Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O impacto desse volume novo de voos na economia praticamente compensa essa diminuição do tributo", afirmou o presidente da Abear.
(Por Natália Scalzaretto)