(Reuters) - O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa deu nomes de dezenas de parlamentares e um governador que teriam recebido pagamentos de comissão sobre contratos da estatal, segundo notícias publicadas em sites nesta sexta-feira.
O novo escândalo surge a um mês do primeiro turno das eleições, que tem na corrida pelo Palácio do Planalto a presidente Dilma Rousseff (PT) e a candidata do PSB, Marina Silva, como líderes, com Aécio Neves (PSDB) em terceiro lugar.
De acordo com o site do jornal O Estado de S. Paulo, pelo menos 32 parlamentares teriam sido citados por Costa, incluindo senadores e deputados. Já o site da Folha de S. Paulo fala em 49 deputados e 12 senadores. Apuração da Folha indica que os parlamentares seriam de PT, PMDB e PP.
Os dois relatos dizem que o ex-diretor mencionou um governador.
Segundo as reportagens, os políticos receberiam 3 por cento do valor dos contratos da Petrobras no período em que Costa era diretor da petroleira.
O site do Estadão diz que Costa está depondo em regime de delação premiada desde a sexta-feira da semana passada, com o objetivo de conseguir perdão judicial. Ele é alvo da operação Lava Jato da Polícia Federal, que chegou a prendê-lo.
Segundo a Folha, essa operação tinha como prioridade descobrir o esquema de desvio na Petrobras.
Ainda segundo o site do Estado de S.Paulo, Costa teria relatado a formação de um cartel de empreiteiras na Petrobras, e que partidos políticos seriam beneficiários de recursos desviados por meio de comissões.
A reportagem do site da Folha diz ainda que o depoimento do ex-diretor chegou no começo desta semana ao Supremo Tribunal Federal para que o ministro Teori Zavascki homologue o acordo da delação premiada.
A obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, no valor de 18,5 bilhões de dólares, era uma das que estavam a cargo da diretoria comandada por Costa.
Procurada pela Reuters, a Petrobras não respondeu imediatamente pedidos de comentários sobre o assunto.