🍎 🍕 Menos maçãs, mais pizza 🤔 Já viu recentemente a carteira de Warren Buffett?Veja mais

Mercados devem continuar voláteis até Dilma indicar mudança de política

Publicado 26.10.2014, 21:16
Mercados devem continuar voláteis até Dilma indicar mudança de política

Por Bruno Federowski e Flavia Bohone

SÃO PAULO (Reuters) - Os mercados financeiros brasileiros devem abrir em baixa nesta segunda-feira e agitados, após a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) neste domingo, devido a expectativa de manutenção da atual política econômica por mais quatro anos.

O tom pessimista, como alta do dólar e queda da bolsa, deve se prolongar até que a presidente reeleita indique mudanças na condução econômica, principalmente na política fiscal, amplamente criticada por ser pouco transparente e muito frouxa, segundo disseram especialistas consultados pela Reuters.

E isso tudo em meio a um cenário internacional sensível, com fraqueza na economia europeia e expectativas de alta dos juros dos Estados Unidos.

   "Eu tenho uma teoria de que o mercado vai piorar até a Dilma fazer o que o mercado quer", disse o diretor de gestão de recursos da corretora Ativa, Arnaldo Curvello.

    Com 99 por cento dos votos apurados, a presidente venceu seu oponente Aécio Neves (PSDB) por 51,6 por cento a 48,4 por cento dos votos válidos.

    Nas semanas que antecederam o segundo turno das eleições, os mercados financeiros no Brasil viveram uma verdadeira montanha russa, com alta volatilidade e oscilando conforme os rumores e a divulgação das pesquisas de intenção de voto.

O dólar fechou sexta-feira negociado a 2,4570 reais, após ter chegado a ser cotado a 2,50 reais durante a semana, enquanto o principal índice de ações brasileiro, o Ibovespa, encerrou a semana em queda de 6,8 por cento, refletindo expectativa de vitória da presidente.

Nos próximos dias, há quem acredite que a moeda norte-americana possa ir a 2,70 reais com a vitória de Dilma.

Nos últimos anos, o governo tem usado manobras fiscais para tentar cumprir as metas de superávit primário --economia feita para pagamento de juros da dívida--, alimentando críticas e descrenças dos agentes econômicos com a transparência das contas públicas.

Em meio a uma atividade fraca, que afetou a arrecadação, e gastos elevados, o superávit primário do setor público consolidado --governo central, Estados, municípios e estatais- até agosto soma 10,250 bilhões de reais, ou cerca de 10 por cento da meta para 2014.

    "A questão fiscal é importante porque bate no grau de investimento", disse o estrategista da Fator Corretora, Paulo Gala, em referência à possibilidade do país voltar a ter a sua classificação de crédito rebaixada para grau especulativo pelas agências de rating.

 

DESCRENÇA

Com fama de durona e pouco flexível, Dilma é olhada por boa parte do mercado financeiro com desconfiança quando se fala em possibilidade de mudança na condução da política econômica.

"Dilma deveria anunciar logo medidas fiscais... e cortes de despesas. Se ela mostrar tudo isso, o mercado vai dar voto de confiança", disse o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. "Mas a probabilidade disso acontecer é muito baixa", completou.

Mas diante da vitória apertada, que sinaliza que uma grande parcela da população não está contente com a atual gestão, há quem vislumbre mudança de rumo. Uma importante fonte da atual equipe econômica disse que, pessoalmente, aposta que a presidente reeleita pode fazer alterações, mesmo que pontuais, envolvendo a política fiscal. E em breve.

"O ano de 2014 termina mais cedo e começa o de 2015", afirmou a fonte.

Outra questão que os mercados vão querer ter respondida o mais rápido possível é a nomeação da nova equipe econômica. Até lá, muita volatilidade ainda pode acontecer.

Dilma já disse que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai deixar o cargo a partir de janeiro, e alguns nomes têm sido ventilados, como o do ministro da Casa Civil, Aloisio Mercadante, e o ex-secretário-executivo da Fazenda Nelson Barbosa.

E, nos bastidores, o sinal é de que Alexandre Tombini continuará à frente do Banco Central.   

    

EXTERNO

O ceticismo em relação à condução da política econômica no segundo mandato da presidente Dilma soma-se à situação da economia global, que deve contribuir para a queda dos mercados locais.

Além da economia europeia que tem dado sinais de perda de fôlego, os investidores vivem sob a expectativa de elevação das taxas de juros pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, o que pode atrair recursos hoje alocados em outros mercados, como o brasileiro.

"O foco vai se voltar mais lá para fora, com as decisões do Fed", disse Gala, da Fator Corretora.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.