Por Guy Faulconbridge e Angus MacSwan
EDIMBURGO (Reuters) - A batalha de campanhas sobre a independência da Escócia teve uma reviravolta neste sábado, quando um importante nacionalista alertou empresas como a BP de que elas podem ser punidas por mostrarem preocupação sobre os impactos de uma eventual separação. Com o destino do Reino Unido diante de dúvidas, o futuro econômico da Escócia se tornou um dos assuntos mais debatidos antes de os escoceses decidirem se querem ou não a divisão. Nacionalistas acusam o primeiro-ministro britânico, David Cameron, de coordenar uma campanha de medo promovida por empresários com o objetivo de assustar eleitores, enquanto os sindicalistas dizem que a separação traz muitas incertezas econômicas e financeiras. Mas o ex-vice-líder do Partido Nacionalista Escocês, Jim Sillars, foi muito além do líder separatista Alex Salmond, dizendo que as operações da BP na Escócia podem ser estatizadas se os escoceses votarem pela separação em 18 de setembro. "Esse referendo é sobre poder, e quando conseguirmos a maioria do 'Sim', usaremos esse poder para um dia de avaliações com a BP e os bancos", afirmou Sillars, um nacionalista rival de Salmond. "A BP, em uma Escócia independente, precisará aprender o sentido de estatização, em parte ou no todo, como aconteceu em outros países que não foram tão suaves quanto somos forçados a ser", disse Sillars. Quando perguntado sobre seus comentários em uma entrevista de rádio à BBC neste sábado, Sillars confirmou ter levantado a possibilidade de estatização, mas disse que usou o termo para conseguir atenção da mídia, e que ela não está na agenda de propostas. Um porta-voz da BP se negou a comentar. Uma porta-voz dos nacionalistas escoceses não foi encontrada para comentar.