RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira o ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genu, em uma nova fase da operação Lava Jato, por suspeita de ser um dos beneficiários do esquema de distribuição de propinas na Petrobras (SA:PETR4), informou o Ministério Público Federal.
A prisão foi parte da 29ª fase da operação, que cumpriu no total seis mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva e dois mandados de prisão temporária na etapa batizada de "Repescagem".
Genu, ex-assessor do ex-deputado federal José Janene (PP), foi denunciado também no mensalão do PT, juntamente com o ex-parlamentar, acusado de sacar cerca de 1 milhão de reais em propinas das contas de empresa controlada por Marco Valério para entrega a parlamentares federais do PP. Ele foi condenado no STF por corrupção e lavagem de dinheiro e posteriormente absolvido na fase de recursos.
Segundo a PF, há elementos probatórios que apontam a participação dele também no esquema de corrupção na Petrobras.
"Surgiram, porém, elementos probatórios que apontam a sua participação também no esquema criminoso que vitimou a Petrobras, motivo pelo qual passou a ser investigado novamente na operação Lava Jato, onde as investigações apontam que ele continuou recebendo repasses mensais de propinas, mesmo durante o julgamento do mensalão e após ter sido condenado, repasses que ocorreram pelo menos até o ano de 2013", disse a PF em comunicado.
A nova fase da Lava Jato deflagrada nesta segunda-feira aconteceu após cerca de 40 dias sem ações da operação e foi a primeira desde que o presidente interino Michel Temer assumi a Presidência no lugar da presidente afastada Dilma Rousseff.
A Lava Jato investiga um esquema bilionário de corrupção que envolve, principalmente, a Petrobras, empreiteiras, políticos e partidos.
(Por Caio Saad)