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PMDB diz à equipe econômica que aprovação de medidas não será fácil e ouve que virão mais

Publicado 24.02.2015, 12:43
© Reuters.  PMDB diz à equipe econômica que aprovação de medidas não será fácil e ouve que virão mais

Por Jeferson Ribeiro

BRASÍLIA (Reuters) - A liderança do PMDB teceu um rosário de críticas ao governo na noite de segunda-feira e deixou claro em reunião com a equipe econômica que a aprovação de medidas que endurecem o acesso a benefícios trabalhistas não será fácil no Congresso, mas acabou ouvindo dos ministros que uma nova onda de ajustes está a caminho.

A aprovação de Medidas Provisórias que podem gerar uma economia de até 18 bilhões de reais por ano, editadas no fim do ano passado sem discussões prévias com centrais sindicais e partidos aliados, é o primeiro teste do governo no Congresso sobre o ajuste fiscal em andamento.

Mas sua aprovação na íntegra ficou em xeque após as centrais sindicais, os aliados e até mesmo o PT terem se mostrado resistentes às mudanças.

"Na hora de fazer as medidas, o PMDB não foi chamado. Nós somos os chefes, somos os líderes, mas não somos os donos das vontades das pessoas", disse à Reuters nesta terça-feira um influente peemedebista que esteve no jantar oferecido pelo vice-presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu. "Tem as bancadas, o partido, a sociedade."

"O PMDB tem disposição (de ajudar a aprovar), mas não tem convicção", resumiu esse aliado, que falou sob condição de anonimato. "Popularmente, esses medidas estão sendo vistas como retirada de direitos de trabalhadores e das viúvas."

As medidas alteram as regras de acesso ao seguro-desemprego e a pensões por morte, entre outros pontos.

NOVOS AJUSTES À FRENTE

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fez uma longa explanação ao peemedebistas. Ele disse que o Brasil será contaminado pela crise internacional caso não adote um forte ajuste fiscal e argumentou sobre a importância da aprovação das MPs, segundo relato de três fontes peemedebistas.

Também falaram sobre o cenário econômico o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

Duas das fontes afirmaram que Levy teria dito também que haverá um severo corte orçamentário, porque a previsão de receitas que está no projeto do Orçamento, que ainda precisa ser aprovado no Congresso, não se concretizará.

Também presente, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse que as medidas adotadas até agora para garantir o equilíbrio fiscal "são insuficientes" e que uma nova rodada de ajustes está por vir, mas sem sinalizar quando e em quais áreas, segundo as três fontes.

Uma das fontes afirmou que Mercadante fez algumas ponderações sobre desonerações dadas a alguns setores que não surtiram o efeito desejado e indicou que há benefícios sociais que precisam de mais ajustes.

"Eu entendi que essa nova leva de medidas é para logo, próximos meses talvez", disse um dos peemedebistas.

CONTAMINAÇÃO POLÍTICA

Uma das fontes disse que a reunião foi contaminada pela presença inesperada de Mercadante, que foi ao jantar a pedido da presidente Dilma Rousseff. "A ida do Mercadante tirou o foco mais econômico do encontro e trouxe a política para o centro do debate", segundo essa fonte.

Maior partido da base governista no Congresso, o PMDB reclama que não é ouvido na tomada de decisões de Dilma, que só recorre aos peemedebistas em momentos de crise.

No jantar, os peemedebistas cobraram um esclarecimento de qual papel o partido terá nos próximos quatro anos de governo, indicando que sem a definição disso as propostas originais das MPs correm mais riscos.

Até mesmo Temer, que preside a legenda, teria feito críticas duras à exclusão do PMDB do processo decisório, segundo uma das fontes.

Pouco antes do encontro, Temer disse à Reuters que o governo precisa "conversar mais para sensibilizar os aliados, para tocar a mesma música". Mas procurou amenizar uma suposta tensão entre o PMDB e o governo, dizendo que tem proximidade com Dilma.[nL1N0VX2IX]

CUNHA SURPREENDE

De forma surpreendente, o peemedebista que defendeu as MPs e o ajuste fiscal mais enfaticamente foi o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), considerado desafeto político do governo.

Cunha teria afirmado, segundo relato de duas das fontes, que a não aprovação célere das medidas e a vinculação desse debate com os problemas políticos entre o PMDB e o governo pode levar o país a um cenário muito pior, com perda do grau de investimento, dificuldade de acesso a crédito para as empresas e mais desemprego.

"Nós não podemos ser sócios desse enterro", teria dito Cunha, segundo informou uma das fontes.

Segundo duas das fontes, Mercadante se comprometeu a levar à Dilma o cenário das insatisfações e tentar agendar uma reunião com ela para discutir essa questão. A reunião é aguardada pelos peemedebistas para os próximos dias.

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