Por Rafael Nam e Manoj Kumar
MUMBAI/NOVA DÉLHI (Reuters) - A Índia adotou formalmente a meta de inflação, numa reforma de política monetária histórica que marca uma vitória para o presidente do banco central do país, Raguram Rajan, no momento em que o governo torna a contenção de preços voláteis uma prioridade.
Num documento datado de 20 de fevereiro mas publicado no site do ministério nesta segunda-feira, o governo e o banco central concordaram em definir uma meta de inflação ao consumidor de 4 por cento, com faixa de tolerância de 2 pontos para mais ou menos, para o ano financeiro encerrado em março de 2017.
Rajan, um acadêmico e ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional que assumiu o banco central indiano em 2013, tem defendido a mudança para metas de inflação, cada vez mais popular entre mercados emergentes que tipicamente encontram dificuldades para conter as altas de preços.
O documento mostra que a medida --a mais significativa na política monetária desde que a Índia abriu sua economia há mais de duas décadas-- teve o suporte do governo do primeiro-ministro, Narendra Modi.
"A estrutura de política monetária é clara: o objetivo é conter a inflação", disse a repórteres o secretário de Finanças, Rajiv Mehrishi.
A Índia tem sofrido com uma volatilidade quase crônica da inflação, devido em parte à sua dependência de importações de energia e ao impacto incerto das chuvas de monções sobre seu grande setor agrícola, além das dificuldades de transportar alimentos ao mercado diante da qualidade ruim das estradas e infraestrutura.