BRASÍLIA (Reuters) - A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, defendeu em entrevista exibida na madrugada desta terça-feira o uso de fontes de energia tradicionais aliado à ampliação dos investimentos e da participação das chamadas energias limpas na matriz energética brasileira.
Questionada no Jornal da Globo sobre o peso que um governo seu daria ao pré-sal, Marina ressaltou a importância de o Brasil buscar, assim como outros países, a diversificação de olho nas energias renováveis como a eólica, a solar, e a proveniente da biomassa.
"Se eu estou dizendo que o pré-sal é uma prioridade entre outras, eu estou dizendo que nós vamos explorar os recursos do pré-sal, mas também vamos dar um passo à frente. Vamos investir em energia limpa", afirmou a candidata, que na última semana já havia declarado não ter "posição ideológica" contra as hidrelétricas.
Sobre as termelétricas, a ex-ministra do Meio Ambiente afirmou que não se pode "prescindir dessa fonte auxiliar", mas que é necessária a busca de "novos investimentos".
A presidenciável disse ainda esperar que o governo reajuste os preços administrados, referindo-se à gasolina, deixando a entender que a atual gestão tem evitado o aumento por questões eleitorais.
"O que eu espero é que os preços administrados pelo governo possam ser corrigidos pelo próprio governo... Eu quero é que se tenha uma visão de país e não uma visão apenas das eleições."
Marina aproveitou a entrevista na TV Globo para reafirmar a necessidade de "recuperar" o tripé macroeconômico –regime de metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal-, considerando-o "fundamental" para a estabilidade macroeconômica do país e para que os investidores "readquiram confiança" no país.
Ao reforçar os compromissos de manter e ampliar programas sociais e a destinação de verbas federais para setores como a saúde, Marina argumentou que essas demandas serão cobertas a partir de um espaço fiscal que será aberto dando eficiência aos gastos públicos.
"DEMOCRATIZAR A DEMOCRACIA"
Em consonância com o discurso que vem mantendo em defesa do que chama de nova política, Marina defendeu uma combinação entre a democracia representativa e a democracia direta, sistema já previsto na Constituição Federal.
A maior participação popular é justamente uma das bandeiras da candidata, prevista em seu programa de governo lançado na sexta-feira passada.
"Eu diria que a gente precisa aprofundar sim a nossa democracia... É uma combinação das duas coisas (democracia representativa e direta): ampliar a participação das pessoas e ao mesmo tempo melhorar a qualidade da representação e das instituições", disse.
"O que eu busco é aperfeiçoar a nossa democracia. Democratizar a nossa democracia, combinando a participação correta e legítima, o que é assegurado pela Constituição, dos cidadãos."
A candidata teve ainda de se posicionar novamente sobre as correções em seu programa de governo um dia após a divulgação, principalmente no capítulo que trata sobre direitos da comunidade LGBT.
Questionada na entrevista se é favorável ao casamento entre homossexuais, Marina afirmou que sua posição é a de "respeito" à liberdade individual das pessoas.
"Em termos da palavra ‘casamento', você está errado", disse ao entrevistador, que a perguntou se seria correta a manchete "Marina é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo".
"O que nós defendemos é a união civil entre pessoas do mesmo sexo", explicou a candidata, que é evangélica.
(Por Maria Carolina Marcello)