Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar anulou a queda e era negociado com leve alta frente ao real nesta quinta-feira, com os preços baixos atraindo importadores e com movimento de ajuste após recentes devalorizações.
Durante toda a manhã, o dólar foi negociado em queda, indo abaixo de 3,20 reais, seguindo o bom humor externo.
Às 12:40, o dólar avançava 0,16 por cento, a 3,2164 reais na venda, após bater 3,1817 reais na mínima do dia. O dólar futuro virou e subia cerca de 0,20 por cento nesta tarde.
"A moeda (norte-americana) caiu a um preço atrativo e acho bem natural essa recomposição de carteira", comentou um operador de uma corretor nacional.
Somente nos dois últimos pregões, o dólar acumulou queda de 2,04 por cento e, como manteve a trajetória pela manhã, acabou atraindo compradores. Segundo operadores, o dólar também passou a subir com alguns investidores que apostam na queda da moeda norte-americana zerando posições.
O movimento de queda mais cedo veio do movimento de busca por risco, já visto na véspera e reforçado pela indicação do banco central norte-americano de maior gradualismo em sua política monetária, o que significa continuidade do fluxo de recursos para países emergentes.
O Federal Reserve sinalizou que deverá haver uma alta nos juros do país este ano, e não mais duas, movimento que reforçou a expectativa do mercado de que ocorra em dezembro.
Juros maiores nos Estados Unidos têm potencial para atrair recursos aplicados hoje em outras praças, como a brasileira.
Também na véspera, o Banco do Japão mudou o foco de sua política monetária e determinou meta para rendimento de títulos públicos, movimento que também agradou os mercados.
O dólar recuava nesta manhã também frente a outras moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
Internamente, o mercado cambial também estava mais otimista com a aprovação de medidas de ajuste fiscal no Congresso, depois de declarações firmes de integrantes do governo nesse sentido. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, vem se repetindo em defesa das reformas, assim como o presidente Michel Temer.
O Banco Central vendeu nesta manhã todo o lote de 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares.