DUBAI (Reuters) - O líder supremo do Irã, Ayatollah Ali Khamenei, pediu neste sábado pelo estreitamento dos laços econômicos e de segurança com a China, dizendo que o Irã nunca confiou no Ocidente, e os dois países concordaram em aumentar o comércio bilateral em mais de 10 vezes para 600 bilhões de dólares na próxima década.
A figura mais poderosa do Irã afirmou ao presidente chinês, Xi Jinping, durante visita ao Irã, que queria expandir os laços com "países mais independentes", acrescentando que os Estados Unidos "não foram honestos" na luta contra o terrorismo na região.
"Os iranianos nunca confiaram no Ocidente... É por isso que Teerã busca cooperação com os países mais independentes (como a China)", Khamenei disse.
"O Irã é o país mais confiável na região para energia uma vez que suas políticas energéticas nunca serão afetadas por estrangeiros", disse Khamenei, segundo seu site oficial, em uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping.
Xi é o segundo líder membro do conselho de segurança da ONU a visitar Teerã desde que o acordo nuclear com potências mundiais foi fechado com o Irã no ano passado. O presidente russo, Vladimir Putin, visitou Teerã em novembro.
O Irã emergiu de anos de isolamento econômico neste mês quando a agência nuclear das Nações Unidas confirmou que o Irã cumpriu compromissos assumidos no âmbito de um acordo nuclear com as potências mundiais, abrindo espaço para a retirada de sanções nas Nações Unidas, nos Estados Unidos e da União Europeia.
"Irã e China concordaram em aumentar o comércio a 600 bilhões de dólares nos próximos 10 anos", afirmou o presidente Hassan Rohani, em uma entrevista coletiva transmitida ao vivo pela TV estatal.
Irã e China assinaram 17 acordos neste sábado, incluindo a cooperação em energia nuclear.
(Por Bozorgmehr Sharafedin, reportagem adicional de Megha Rajagopalan em Pequim)