(Reuters) - Deputados de oposição protocolaram pedido para criação de uma nova CPI para investigar irregularidades na Petrobras, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse na noite de terça-feira que vai instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito.
"Vou cumprir o regimento. As cinco primeiras CPIs serão instaladas. Não há o que fazer, e isto é regimental", afirmou Cunha, segundo a Agência Câmara Notícias, após o pedido apresentado pela oposição.
De acordo com o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), o pedido protocolado pela oposição foi o terceiro apresentado na nova legislatura, que começou no último domingo.
A CPI vai dar prosseguimento aos trabalhos da CPI mista da Petrobras encerrada em 2014, que apurou diversas irregularidades na estatal.
"Com essa CPI nós vamos ter condições de apresentar o nome daqueles que se envolveram, dos agentes públicos, sejam eles ministros ou técnicos da Petrobras, e também os agentes políticos: deputados e senadores que eventualmente tenham se envolvido nesse assalto à Petrobras", disse o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), de acordo com nota do partido.
A Petrobras está no epicentro da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga um escândalo bilionário de corrupção que envolve ex-empregados da companhia, executivos de empreiteiras e políticos.
Na segunda-feira, uma fonte do governo disse à Reuters que a presidente Dilma Rousseff aceitou o pedido de demissão da presidente da estatal, Maria das Graças Foster. [nL1N0VD361]
A eventual saída de Graça do comando da petroleira repercutiu no mercado. As ações preferenciais da companhia fecharam em alta de 15,47 por cento, para 10 reais, na máxima da sessão. O Ibovespa, que reúne os principais papéis do mercado acionário do país, teve alta de 2,76 por cento.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)