BRASÍLIA (Reuters) - O advogado Daniel Gerber, defensor do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta quarta-feira à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados que a denúncia oferecida contra seu cliente é “vazia” e que foi produzida a partir de uma atuação “ideológica” do Ministério Público.
Em réplica na CCJ, que deve votar ainda nesta quarta-feira o parecer de Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) recomendando a rejeição da denúncia contra Padilha, o presidente Michel Temer e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, Gerber afirmou ainda que o Poder Legislativo é alvo de um “massacre”.
“Estamos diante, sim de uma denúncia inepta, de uma denúncia vazia”, disse a deputados. “E sim, diante de um Ministério Público que obrou de maneira ideológica”, afirmou Gerber.
Gerber seguiu linha do advogado de Temer, Eduardo Carnelós, que desqualificou a atuação do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que ofereceu a denúncia.
Para Gerber, “fica claro” um processo de “criminalização do processo político”.
Temer e os dois ministros são acusados de participação em organização criminosa. A denúncia de Janot também imputa ao presidente o crime de obstrução da Justiça.
O ex-procurador se baseou nas delações premiadas de executivos da J&F, holding que controla a JBS (SA:JBSS3), e do empresário Lúcio Funaro, apontado pelo MP como operador de um esquema de corrupção operado por integrantes do PMDB.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)