SÃO PAULO (Reuters) - O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira que um eventual governo seu terá metas estaduais para redução da criminalidade e uma guarda nacional permanente, ao mesmo tempo que afirmou não haver necessidade de uma intervenção federal na área de segurança como a que vigora no Estado do Rio de Janeiro.
Em sabatina promovida pela revista IstoÉ, Alckmin também rebateu acusações do candidato do PDT ao Planalto, Ciro Gomes, que afirmou que o governo tucano no Estado de São Paulo fez acordo com o PCC, facção criminosa que teve origem em solo paulista e que atua dentro e fora de presídios de todo o país.
"Crime organizado não tem fronteira, você tem que combater 24 horas por dia", disse Alckmin, voltando a listar índices de criminalidade em São Paulo, menores do que no restante do país.
"Vamos ter uma guarda nacional, federal... Vamos ter meta, Estado a Estado, para reduzir a criminalidade", acrescentou o tucano, que criticou o modelo atual da Força Nacional de Segurança Pública, por contar com policiais "emprestados" dos Estados.
Sobre a acusação de Ciro, Alckmin negou, quando indagado, que vá processar o adversário, por ter "apreço" pelo pedetista. O tucano lembrou que, assim como ele, Ciro nasceu em Pindamonhangaba, interior de São Paulo, ao mesmo tempo que disse que a acusação é um desrespeito com a sociedade paulista e com o trabalho realizado pela polícia.
"Eu vou ajudar o Ceará (se eleito)", alfinetou Alckmin, lembrando que o Estado, reduto eleitoral de Ciro, que enfrentou recente onda de violência.
Questionado sobre a intervenção federal na área de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, Alckmin disse não ver necessidade da medida e argumentou que, se ela fosse necessária, teria de ser feita em outras unidades da Federação que têm índices de criminalidade piores do que os fluminenses.
O tucano reiterou na sabatina à IstoÉ sua proposta de fazer reformas --como a política, a tributária e a da Previdência-- nos primeiros seis meses de mandato, assim como voltou a prometer zerar o déficit primário em até dois anos caso seja eleito em outubro.
Alckmin disse que, "se possível", não buscará revisar a regra do teto dos gastos públicos, embora a tenha considerado desnecessária.
Sobre a reforma da Previdência, o tucano voltou a defender um regime único para os funcionários dos setores público e privado, mas afirmou que haverá um regime diferenciado para os militares das Forças Armadas.
"A única exceção, as Forças Armadas, que vão ter uma reforma também, mas não igual", disse o tucano, argumentando que em vários países do mundo os militares têm um regime previdenciário diferenciado em relação ao restante da população.
(Por Eduardo Simões)