SÃO PAULO (Reuters) - O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, prometeu nesta segunda-feira que, se eleito, o governo federal arcará com metade do preço do botijão de gás para 8,3 milhões de famílias carentes, a um custo anual de 2 bilhões de reais.
"Nós vamos pagar metade do valor do gás de botijão. Vamos estabelecer uma forma de fazê-lo e metade do valor do gás de botijão será pago pelo governo. Para quem? Para todas aquelas famílias que estão na tarifa social de energia elétrica", disse o tucano a jornalistas após participar de reunião de seu programa de governo no centro de São Paulo.
"Vai ficar em menos de 2 bilhões de reais. E aí vem a pergunta, de onde vem o dinheiro? Nós vamos fazer um ajuste fiscal muito forte. O que tem de espaço no governo para poder cortar gastos é enorme na área federal", assegurou Alckmin, que tem prometido zerar em dois anos o déficit primário, atualmente na casa dos 140 bilhões de reais.
A elevação do preço do gás de cozinha, consequência da elevação da cotação do petróleo no mercado internacional, tem sido uma das principais reclamações das famílias, e muitas delas têm recorrido à lenha para cozinhar.
"Governar é escolher. Nós temos ainda uma população muito pobre que precisa do apoio e a melhor maneira de fazê-lo é garantindo a ela uma alimentação de melhor qualidade, os insumos básicos, aquilo que é essencial para a família."
BOM PRATO
Após a reunião sobre o programa de governo, Alckmin, que governou São Paulo por quatro vezes deixando o mandato mais recente em abril para disputar a Presidência, visitou um restaurante popular do projeto Bom Prato, da gestão estadual que serve refeições a 1 real.
O tucano cumprimentou pessoas que estavam no local e, falando a jornalistas, prometeu levar o projeto para todo o país caso vença a eleição de outubro.
"Eu pretendo levar o Bom Prato para o Brasil, fazendo parcerias com Estados e municípios. Você beneficia quem mais precisa e é saúde, porque alimento bom é saúde", disse.
Ele também respondeu a comentários feitos pouco antes pelo candidato do PDT ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes, que em sabatina nesta segunda disse ser "flagrante" que Alckmin "deixa roubar".
"É um irresponsável", rebateu o candidato do PSDB se referindo a Ciro.
(Reportagem de Eduardo Simões)