Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - Deputados aliados do presidente Michel Temer admitiram nesta quinta-feira que a votação da autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a denúncia contra ele no plenário da Câmara vai ficar para agosto, disse um parlamentar envolvido diretamente nas discussões.
A avaliação predominante dos aliados de Temer, feita em reunião mais cedo, é que não haverá mais condições para se votar a denúncia na sexta-feira ou no mais tardar na segunda-feira, antes do início do recesso parlamentar.
Os governistas querem derrubar nesta tarde o parecer do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas não haverá tempo hábil para votar o texto logo em seguida.
Os deputados alinhados a Temer consideram que será difícil reunir um quórum mínimo para iniciar a votação -o governo queria que a sessão fosse aberta com 257 deputados, maioria simples, mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), só quer iniciar a análise do caso em plenário com a presença de ao menos 342 deputados -número mínimo para que a autorização eventualmente fosse aceita.
Contra o governo pesa ainda o fato de que a oposição, que reconhece não ter votos no momento para autorizar o julgamento de Temer, não vai contribuir e dar quórum para votar a denúncia em plenário.
O receio do governo de deixar a votação da denúncia para agosto é que novos fatos mudem o humor do plenário e a tendência atual de barrar o aval para que o STF julgue Temer.