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ANÁLISE-Ajudado por rejeição a políticos e ao PT, Doria tem vitória inédita em SP e fortalece Alckmin para 2018

Publicado 02.10.2016, 22:18
Atualizado 02.10.2016, 22:20
© Reuters.  ANÁLISE-Ajudado por rejeição a políticos e ao PT, Doria tem vitória inédita em SP e fortalece Alckmin para 2018

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - A vitória inédita em primeiro turno do empresário João Doria (PSDB) na eleição para prefeito de São Paulo foi calcada principalmente na rejeição ao PT e à classe política e fortalece a posição do governador paulista Geraldo Alckmin para a eleição presidencial de 2018.

Doria, que destacou durante toda sua campanha que não era um político, mas sim um gestor, um administrador, também se beneficiou pela mudança nas regras de financiamento de campanhas e por ser o candidato com maior tempo de propaganda na TV, em uma eleição que teve muito menos tempo de exposição dos candidatos na propaganda política que em edições anteriores.

"Não dá para negar que ele (Doria) fez uma comunicação política eficiente do ponto de vista eleitoral, falando o que o eleitor gostaria de ouvir", disse o cientista político Carlos Melo, do Insper.

"O governador Alckmin sai muito fortalecido em São Paulo. O desafio do Alckmin agora é superar a província", acrescentou.

Foi a primeira vez desde que a eleição abriga a possibilidade de disputa em dois turnos que um candidato venceu já na primeira rodada de votação na capital paulista.

Empresário e apresentador de programas de televisão, Doria estreou em eleições tendo sua candidatura diretamente patrocinada por Alckmin, que comprou briga com lideranças históricas do PSDB paulista, para lançar seu afilhado político na maior cidade do país.

O governador atuou na articulação para garantir a Doria uma coligação com 13 partidos, o que deu a ele o maior tempo de TV da disputa. Além disso, a proibição das doações empresariais às campanhas e a consequentemente presença apenas de contribuições de pessoas físicas, também beneficiou o tucano, que declarou patrimônio de 179,7 milhões de reais à Justiça Eleitoral e aportou ele próprio 40 por cento dos recursos usados na disputa.

"Ele (Doria) teve um aporte de recursos que outros candidatos não tiveram", disse o cientista político e professor da Unicamp Roberto Romano.

Também pesou a favor de Doria a rejeição ao PT, partido que tem sido atingido por uma pesada agenda negativa nos últimos meses, em meio às investigações da operação Lava Jato, assim como uma avaliação pouco favorável à gestão do petista Fernando Haddad, que tentou a reeleição.

"O Haddad teve uma bola de ferro enorme no pé, chamada PT", avaliou Melo, do Insper. "Se ele tivesse ido para o segundo turno, o Haddad cantaria 'apesar do PT'", comparou.

Para Romano, além do sentimento anti-PT, também pesou contra o atual prefeito a má avaliação de sua administração na capital paulista. O professor da Unicamp acredita que faltou capacidade do petista de dialogar com a sociedade e comunicar suas ações.

ABSTENÇÃO, BRANCOS E NULOS

Com 98,83 por cento das seções eleitorais totalizadas em São Paulo, a abstenção era de 21,85 por cento, ao passo que 5,28 por cento dos eleitores votaram em branco e 11,35 por cento anularam o voto.

Embora inegável que a vitória de Doria seja um triunfo de Alckmin, Melo faz a ressalva de que "quase 40 por cento dos eleitores que não votou em ninguém", o que relativiza o tamanho da proeza conquistada pelo governador.

Articulador político do presidente Michel Temer, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, reconheceu que a vitória de Doria fortalece a posição de Alckmin para 2018 "em um primeiro momento", mas também faz ressalvas.

"Em 2018 é outra coisa, tanta coisa vai acontecer. Não tem como fazer uma projeção do que vai acontecer dois anos depois", disse Geddel. "As circunstâncias resultam da gestão, se o prefeito vai ter discurso, se vai ser puxador de voto. É uma análise muito distante. Não garante nada."

Após a confirmação de sua vitória, Doria voltou a bater na tecla de que não é um político e disse que em breve anunciará seus primeiros planos para São Paulo.

"Acabei de fazer uma grande campanha disputando com políticos, todos eles políticos. E fiz isso respeitando os políticos, mas respeitando a minha posição, de um gestor, de um administrador", disse.

Haddad, por sua vez, disse que deixará a prefeitura no dia 31 de dezembro com o sentimento de dever cumprido e disse que fará a "melhor transição possível" para o prefeito eleito.

"Me cabe acatar o voto soberano do eleitor e promover a melhor transição possível. O interesse da cidade de São Paulo sempre estará acima de tudo", disse.

(Reportagem adicional de Lisandra Paraguassu, em Brasília)

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