Investing.com - O ministro da Economia Paulo Guedes está neste momento participando de uma audiência na Comissão dos Assuntos Econômicos do Senado (CAE) (acompanhe ao vivo no vídeo abaixo). Guedes está respondendo senadores sobre assuntos pertinentes ao Ministério da Economia de acordo com a convocação realizada pelos senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Eliziane Gama (PPS-MA). Além disso, o ministro também atende a convocação do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) para debater sobre o endividamento dos estados brasileiros e o repasse da lei Kandir.
A expectativa é que o ministro aborde questões pertinentes à reforma da Previdência, principalmente após Guedes não comparecer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na terça-feira (26). A ausência de Guedes da Câmara foi mais um dos alertas da dificuldade do governo de articular a base de apoio para aprovação da reforma no plenário da Câmara. A ida do ministro primeiramente ao Senado, antes de conversar com deputados - onde se inicia o trâmite da reforma da Previdência - pode ser interpretada como um sinal de desprestígio de Guedes aos deputados.
Ontem à noite os deputados podem ter feito sua revanche ao ministro, com a aprovação, em dois turno no plenário, da obrigação da execução de emendas coletivas do Legislativo no Orçamento da União - tornando-o mais engessado. O texto do Orçamento impositivo se encaminha agora ao Senado, onde o governo encaminhou uma proposta de Guedes para desvincular e desindexar o Orçamento, o oposto do que foi aprovado na Câmara.
Chegada à CAE
Antes da chegada do ministro ao Senado, segurança esvaziaram os corredores que dão acesso à CAE a pedido do próprio ministro, que não queria a presença de jornalistas e servidores quando passasse pelo local. O ministro chegou sob forte esquema de segurança, acompanhado de seus secretários.
Segundo o Senado, Guedes alegou "questão de segurança". Já o Ministério da Economia alegou, em nota, que "lamenta" o episódio entre jornalista e a segurança do Senado e que Guedes não havia solicitado a retirada de repórteres e servidores.
O que disse o ministro
O ministro chegou logo abordando a tensão política entre os Poderes e a dificuldade do governo de estabelecer uma base de apoio no Congresso, especialmente para a aprovação da reforma da Previdência. Os impasses são, na avaliação do ministro, vem das vicissitudes do "sistema político que imperou no passado". Guedes demonstrou disposição para dialogar com a oposição e amenizar a tensão política, com a expectativa de união entre Legislativo e Executivo em prol do interesse público.
Em relação à questão fiscal, Guedes ressaltou a necessidade de atacar o problema do gasto público, umas das causas da vulnerabilidade do país. Uma das primeiras medidas para o reequilíbrio fiscal é a reforma da Previdência, reiterando que a economia de R$ 1,1 trilhão é um dever com as próximas gerações. A questão do endividamento dos estados, que estão cerceados por gastos dos quais não têm controle, segundo o ministro, é a próxima etapa de reorganização das contas públicas. O ministro promete anúncio em menos de 30 dias para dar fôlego financeiro aos entes federativos.
Foi abordada também o contingenciamento de gastos para evitar que o déficit primário chegue a R$ 169 bilhões, disse o ministro.
Mais informações em instantes