O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, empossado nesta quinta-feira (17) como chefe da Casa Civil da Presidência, embarcou no meio da tarde para São Paulo após participar das primeiras reuniões em Brasília como ministro. Lula tomou posse na manhã de hoje (17), pouco antes de sua nomeação ser suspensa temporariamente por meio de liminar concedida pelo juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, de Brasília.
Depois da posse, a presidenta Dilma Rousseff almoçou no Palácio da Alvorada com Lula e o novo ministro do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner, que deixou a Casa Civil. Depois, Lula e Wagner se reuniram separadamente no Palácio do Planalto, para discutirem a transição na pasta. Assuntos administrativos como o combate ao vírus Zika e a tragédia de Mariana estiveram em pauta.
Lula particiou da cerimônia de posse pela manhã, quando assistiu a um discurso indignado da presidenta criticando interceptações de conversas telefônicas entre os dois. Após o evento, nem ela nem ele conversaram com a imprensa. O retorno de Lula para Brasília está previsto para a próxima segunda-feira (21).
No fim da tarde, a presidenta editou um decreto transferindo a gestão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) à Casa Civil, que a partir de hoje passa a ser comandada por Lula. Na avaliação de um interlocutor do Palácio do Planalto, a intenção do ex-presidente é retomar, por meio do PAC, o andamento de obras que estão paralisadas com o intuito de recuperar o crescimento e a renda.
Embora a liminar do juiz Catta Preta tenha sido derrubada no início da noite pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), Cândido Ribeiro, a posse continua suspensa por outra decisão, desta vez da Justiça Federal do Rio de Janeiro.
De acordo com o Advogado-Geral da União, José Eduardo Cardozo, Lula segue ministro apesar da decisão, sendo impedido apenas de exercer as funções do cargo como assinatura de atos.