PARIS (Reuters) - Parece que Emmanuel Macron teve sorte novamente. O surpreendente triunfo da França sobre a Croácia neste domingo por 4 a 2 na final da Copa do Mundo, marcou uma onda de otimismo nacional e é o tipo de notícia que a maioria dos presidentes sonha.
Depois de 14 meses no poder, as taxas de Macron em pesquisas caíram de forma constante, para apenas 40 por cento. Apesar de supervisionar uma série de reformas econômicas e sociais, o ex-banqueiro de investimentos de 40 anos ganhou o rótulo de "presidente dos ricos" de muitos críticos de esquerda, e a marca continua.
Controvérsias recentes sobre gastos com louça oficial, uma piscina construída em um retiro presidencial e críticas sobre os custos do bem-estar reforçaram a imagem de um líder fora de contato com o povo.
Mas assim como ele aproveitou uma extraordinária série de sorte durante a campanha presidencial de 2017, quando seu mais forte rival conservador teve que se retirar após um escândalo de corrupção, a sorte de Macron pode estar voltando.
Em Moscou para assistir a final com sua esposa Brigitte, Macron foi superado pela vitória, em pé no campo debaixo de chuva para abraçar cada um dos jogadores e depois beijar o troféu da Copa do Mundo.
Em 1998, a popularidade do então presidente Jacques Chirac disparou para o "efeito Copa do Mundo", um salto de 18 pontos, de acordo com pesquisas do Ifop.
Analistas políticos dizem que um impulso de algum tipo não está fora de questão para Macron, em casa e no exterior.
"Está longe de ser verdade de que o que aconteceu em 1998 será reproduzido da mesma forma agora", disse à Reuters o pesquisador Gael Sliman, da Odoxa. "(Mas) pode-se muito bem ver 5, 6, 10 pontos de ganhos de popularidade".
"Também pode ter impacto significativo sobre a moral econômica francesa, a confiança das pessoas no futuro, seu otimismo em geral, inclusive no que diz respeito ao comportamento do consumidor", acrescentou.