Avaliação sobre Temer piora; Lula lidera cenários de 2018 e Bolsonaro cresce, diz CNT/MDA

Publicado 15.02.2017, 15:13
© Reuters. Temer no Planalto

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - A avaliação do governo do presidente Michel Temer piorou em fevereiro na comparação com outubro, mostrou nesta quarta-feira pesquisa CNT/MDA, que também apontou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva liderando as simulações para as eleições de 2018 e indicou o crescimento do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

Em um momento em que o país se esforça para superar a profunda recessão que tem gerado recordes de desemprego e também convive com as frequentes menções de políticos, muitos deles ligados ao governo, em delações da operação Lava Jato, a avaliação positiva da gestão Temer --a soma dos que o consideram ótimo ou bom-- caiu para 10,3 por cento.

Em outubro, pesquisa encomendada pela Confederação Nacional do Transporte mostrava avaliação positiva para 14,6 por cento.

Agora, os que acham o governo ruim ou péssimo passaram a 44,1 por cento, ante 36,7 por cento no levantamento anterior. A avaliação regular foi para 38,9 por cento, ante 36,1 por cento. A parcela dos que não tinham opinião ou não quiseram responder recuou para 6,7 por cento, ante 12,6 por cento.

A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.

O desempenho pessoal de Temer foi aprovado agora por 24,4 por cento, ante 31,7 por cento em outubro, enquanto a desaprovação foi para 62,4 por cento, ante 51,4 por cento.

ELEIÇÕES 2018

O MDA também fez simulações para a eleição presidencial do ano que vem e Lula lidera em todos os cenários em que aparece --tanto de primeiro quanto de segundo turno--, assim como na pesquisa espontânea. Bolsonaro, por sua vez, cresceu em relação ao levantamento anterior e se consolidou na segunda posição na pesquisa espontânea.

"A pesquisa mostra que o cenário eleitoral ainda permanece indefinido, com elevado percentual de eleitores indecisos ou que votariam em branco ou nulo, o que favorece o surgimento de novas lideranças políticas e de propostas", afirmou a CNT em nota sobre a pesquisa.

No levantamento espontâneo, quando os entrevistados são questionados em quem votariam sem receber uma lista de possíveis candidatos, Lula, que é réu em cinco ações na Justiça, três delas ligadas à Lava Jato, aparece com 16,6 por cento das intenções de voto, ante 11,4 por cento em outubro.

Bolsonaro, conhecida por polêmicas como a defesa de militares acusados de tortura durante o regime militar e a afirmação de que não estupraria uma colega deputada porque ela não merecia, ficou com 6,5 por cento das intenções de voto, ante 3,3 por cento em outubro.

Nas simulações estimuladas, quando os entrevistados recebem uma lista de possíveis candidatos, Bolsonaro também registrou crescimento nas intenções de voto em primeiro turno, ficando em terceiro ou quarto lugar, mas sempre em empate técnico com o segundo colocado. O deputado não foi incluído em nenhuma simulação de segundo turno.

As simulações de primeiro turno mostram uma larga vantagem de Lula e uma disputa muito acirrada pelo segundo lugar entre três nomes: Bolsonaro, a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva e um tucano.

Marina aparece numericamente na segunda posição em todos os cenários da pesquisa estimulada de primeiro turno e o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), é o tucano melhor colocado.

© Reuters. Temer no Planalto

Ainda de acordo com a pesquisa, 71,8 por cento dos entrevistados percebem um aumento no combate à corrupção no país e a esmagadora maioria, 91 por cento, não acredita haver algum partido político no Brasil livre de corrupção.

O percentual dos que já ouviram falar da Lava Jato teve pequena oscilação negativa, passando a 89,3 por cento, ante 89,9 por cento em outubro.

Foram ouvidas 2.002 pessoas em 138 municípios do país, entre os dias 8 e 11 de fevereiro.

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