Por Lin Noueihed
CAIRO (Reuters) - O primeiro turno das eleições parlamentares do Egito foi finalizado nesta segunda-feira à noite, e o comparecimento às urnas parece ter sido fraco pelo segundo dia consecutivo, mostrando a crescente desilusão desde que o Exército tomou o poder em 2013.
O primeiro-ministro do país, Sherif Ismail, afirmou que o comparecimento no domingo havia sido de apenas de 15 a 16 por cento, mas que deveria aumentar depois que os servidores públicos foram dispensados de metade do expediente para votar.
As estimativas dos juízes que monitoram a votação sugerem que o comparecimento aumentou para 20 por cento ou mais na tarde desta segunda-feira nas 14 regiões cobertas pelo primeiro turno eleitoral, incluindo a segunda cidade do país, Alexandria.
A falta de interesse, particularmente dos jovens, que correspondem à maioria da população egípcia, contrastou com as longas filas e com o entusiasmo mostrado por eles nos pleitos de 2011 e 12, realizados depois da queda de Hosni Mubarak.
"Não vou dar o meu voto para alguém que não merece", disse Michael Bassili, de 19 anos, de Alexandria.
"Como jovens, estamos tentando consertar o país e vamos trabalhar para fazer isso, mas essas pessoas estão somente interessadas em dinheiro e nelas próprias."
O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, pediu pessoalmente que os egípcios usassem o seu voto, e o baixo comparecimento indica que o ex-general, que já foi adorado, perde parte do seu apelo.
Sisi descreveu as eleições como um marco no caminho para a democracia no Egito, o país árabe com mais habitantes.
No entanto, com a maior parte dos seus opositores na cadeia, ele não deve enfrentar nenhum desafio sério no Parlamento, e o baixo comparecimento vai reforçar a visão de que a Assembleia não terá credibilidade.