Daca, 8 nov (EFE).- Bangladesh realizará eleições gerais em 23 de dezembro, anunciou nesta quinta-feira a Junta Eleitoral do país, pleito que acontecerá em meio a uma profunda polarização política e com a chefe da oposição, Khaleza Zia, fora da disputa porque cumpre pena de 17 anos de prisão.
"Peço aos partidos que resolvam suas diferenças, se é que elas existem. Peço aos partidos que tenham comportamentos tolerantes, respeitosos e políticos para com os outros", disse o chefe da Junta Eleitoral, KM Nurul Huda, em mensagem transmitida pela TV.
De acordo com o calendário anunciado, o prazo de apresentação de candidaturas para o pleito de 23 de dezembro começará no dia 19 e irá até 29 de novembro.
"Espero que esta seja uma eleição disputada com a participação de todos", concluiu Huda, em clara referência à situação ocorrida nas últimas eleições gerais, realizadas em 2014, que foram boicotadas pela principal legenda opositora, o Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP), porque a governante Liga Awami eliminou um sistema de governo interino que durante décadas tinha supervisionado as eleições.
A Liga Awami ganhou mais da metade das cadeiras sem oposição para formar governo, por um segundo mandato consecutivo.
Para estas eleições, a oposição formou uma aliança liderada pelo ex-titular das Relações Exteriores Kamal Hossain, que começou a conversar com a primeira-ministra, Sheikh Hasina, sobre o processo, embora ainda não tenha sido divulgado os resultados do encontro.
Tudo aponta para que, como em 2014, não haverá um governo interino prévio ao pleito, mas dessa vez isso não parece levar a oposição a boicotar as eleições.
O anúncio do calendário eleitoral coincidiu com volta à prisão, após permanecer um mês hospitalizada, da líder opositora e ex-primeira-ministra Zia, que cumpre uma pena de 17 anos por corrupção e que foi impedida de participar da disputa.
O BNP e a Liga Awami se revezaram no poder em Bangladesh desde 1991, a exceção de um breve período de governo militar entre 2006 e 2008.