Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Após ser aclamado neste domingo candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro atacou representantes de partidos como PT e PSDB, que governaram o país nos últimos anos, mas pediu a união de brasileiros para o bem da nação, não importando a classe social ou a orientação sexual.
Líder nas pesquisas de intenção ao Palácio do Planalto, no cenário provável que não prevê o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro afirmou em discurso no Rio de Janeiro que "quem vai salvar esta pátria somos todos nós".
"O Brasil não aguenta mais quatro anos de PT ou PSDB, vamos juntos resgatar o nosso Brasil", afirmou ele, para quem a "esquerda nunca trabalhou".
Ele disse ainda que o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, uniu-se à "escória" da política brasileira, em suposta referência a um acordo de líderes do chamado blocão --grupo formado por DEM, PP, PRB, PR e Solidariedade--, que decidiram fechar apoio ao tucano, nesta semana.
O polêmico candidato do PSL destacou ainda que não importa a orientação sexual ou a situação social, mas sim a vontade de mudar o Brasil.
"Vamos unir esse povo, vamos unir brancos e negros, homo e hereros, ou trans, não tem problema... vamos unir patrões e empregados, não semear a discórdia entre eles, um precisa do outro...", declarou.
"Se estou aqui é porque acredito em vocês, se vocês estão aqui é porque acreditam no Brasil. Não temos um grande partido, não temos fundo eleitoral, não temos tempo na televisão, mas temos o que os outros não têm, que são vocês: o povo brasileiro", afirmou o capitão do Exército da reserva, lembrando sua candidatura terá pouco tempo de exposição no programa oficial.
Bolsonaro disse ainda para uma plateia de cerca de 3 mil pessoas, segundo o próprio, que o Brasil não aceita o comunismo, e destacou que em seu governo estatais seriam privatizadas ou extintas.
Não foi possível falar imediatamente com representantes de partidos citados por Bolsonaro.
VICE
Durante o evento, a advogada Janaína Paschoal confirmou que foi convidada para ser vice na chapa de Bolsonaro.
Mas não havia confirmação de que Janaína, que ficou nacionalmente conhecida por ter sido uma das autoras do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, será a vice na chapa.
Ela disse durante discurso que ainda vai avaliar o convite.
Os partidos ainda têm mais tempo para oficializar os candidatos a vice-presidente.
A menos de três meses das eleições presidenciais, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, declarou que em breve o Brasil vai enxergar quem é Jair Bolsonaro, de forma mais ampla.
Segundo ele, Bolsonaro "é o exemplo da correção".
Bebianno disse que o candidato vai "acabar com a palhaçada petista" de dividir negros e brancos, hetero de homossexuais.
"Isso tem que acabar, povo brasileiro tem que se unir", afirmou.
"Hoje eu posso dizer que sou, de forma hetero, apaixonado por Jair Bolsonaro", afirmou.
(Por Marta Nogueira)