SÃO PAULO (Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, classificou nesta quarta-feira de "mal intencionadas" as notícias de que ele recriaria a CPMF caso eleito, após o jornal Folha de S.Paulo publicar que a proposta foi aventada pelo seu coordenador econômico durante encontro com investidores.
Em mensagem no Twitter (NYSE:TWTR), Bolsonaro, que lidera a corrida presidencial e está internado na unidade semi-intensiva do hospital Albert Einstein se recuperando de duas cirurgias após sofrer uma facada no início do mês, pediu que seus eleitores ignorem essas notícias.
"Ignorem essas notícias mal intencionadas dizendo que pretendemos recriar a CPMF. Não procede. Querem criar pânico pois estão em pânico com nossa chance de vitória. Ninguém aguenta mais impostos, temos consciência disso", escreveu o presidenciável em sua conta no Twitter.
A mensagem de Bolsonaro foi publicada após a proposta atribuída pelo jornal a Guedes ter sido alvo de duros ataques de adversários de Bolsonaro na corrida pelo Palácio do Planalto.
O candidato do PDT, Ciro Gomes, classificou a ideia de unificar as alíquotas de Imposto de Renda, também atribuída a Guedes pela Folha, de "fascista" por cobrar mais de quem ganha menos e menos de quem ganha mais.
Já o postulante do PSDB, Geraldo Alckmin, classificou a proposta de "atrasada e cruel" e indagou que outras "maldades" o candidato do PSL estaria escondendo.
Marina Silva, presidenciável da Rede, declarou-se contra a recriação da CPMF e defendeu uma reforma tributária focada na simplificação, descentralização e combate às injustiças.
O coordenador da campanha de Bolsonaro em São Paulo, deputado federal Major Olimpio, disse que o presidenciável telefonou para Guedes de seu leito hospitalar na manhã desta quarta para pedir explicações ao conselheiro.
Também nesta quarta, uma fonte com trânsito na campanha de Bolsonaro disse que um imposto nos moldes da CPMF, com incidência sobre movimentações financeiras, viria no lugar da adoção de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) em simplificação tributária promovida em eventual governo do candidato do PSL.
(Por Eduardo Simões)