(Reuters) - O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou em entrevista divulgada nesta segunda-feira que seria um "grande passo" aprovar uma mudança na idade mínima de aposentadoria para servidores públicos.
"O que eu vou tentar é aprovar alguma coisa da reforma da Previdência", afirmou Bolsonaro em entrevista à TV Aparecida, gravada na semana passada, mas veiculada nesta segunda-feira.
"Queremos dar um passo, por menor que seja, mas dar um passo na reforma da Previdência, que é necessária", disse o presidente eleito, reconhecendo que há um "desânimo" em Brasília após as eleições.
"O grande passo no meu entender, neste ano, se for possível, passar para 61 anos o serviço público para o homem e 56 para a mulher e majorar também um ano nas demais carreiras", disse Bolsonaro.
"Acredito que seja um bom começo para a gente entrar no ano que vem já tendo algo de concreto para nos ajudar na economia", afirmou Bolsonaro, referindo-se à aprovação de algum ponto da proposta prevideciária submetida pelo governo Michel Temer.
A equipe econômica do presidente eleito, encabeçada pelo economista e futuro superministro Paulo Guedes, elenca a reforma como uma das prioridades do futuro governo, embora não haja consenso entre seus aliados. Nesta semana, Bolsonaro e sua equipe reúnem-se com o governo Temer em Brasília, e a reforma deverá ser um dos pontos negociados.
Durante a entrevista, Bolsonaro defendeu também que não se pode generalizar o ponto da idade mínima, avaliando que há certas atividades em que nem uma aposentadoria aos 60 anos seja "compatível".
"Fala-se muito em 65 anos, você não pode generalizar isso daí, tem certas atividades que nem aos 60 é compatível a aposentadoria. Nós devemos manter essas questões. Você vê a expectativa de vida do policial militar no Rio de Janeiro, não tenho o valor exato aqui, mas está abaixo de 60 anos. Então, não é justo botar lá em cima isso daí", defendeu Bolsonaro.
Além da questão da idade mínima, o presidente eleito disse que pretende acabar com as incorporações, citando especificamente as incorporações no serviço público.
(Por Laís Martins, em São Paulo)