O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contradisse um de seus principais aliados, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), e disse na noite desta quinta-feira, 5, que considera que está "muito cedo" para entrar "massivamente" na campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na capital paulista.
Ele afirmou ainda que ligou para o pastor Silas Malafaia quando viu a informação que Nunes iria ao ato de 7 de Setembro na Avenida Paulista e disse que era necessário abrir espaço para todos os candidatos que desejassem ir. Malafaia havia dito que a manifestação contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, não era lugar para Pablo Marçal (PRTB), que disputa o voto bolsonarista com Nunes.
Mais cedo nesta quinta-feira, Tarcísio disse em coletiva à imprensa que havia conversado com Bolsonaro, relatou que o ex-presidente estava "muito animado" e iria entrar na campanha à reeleição do prefeito de São Paulo, de quem ao menos formalmente é aliado e indicou o vice na chapa. Segundo o governador, os detalhes seriam planejados após o feriado.
"Me dou bem com o Tarcísio. Vou a São Paulo amanhã (sexta-feira). Como sempre, devo dormir no Bandeirantes. Conversamos muito. Esse apoio mais explícito não parte de mim, ponto final. Está muito cedo, no meu entender, para eu entrar massivamente na campanha. Pode ser que tenha que esperar um pouco mais", disse Bolsonaro, após um comício de campanha em Belo Horizonte, onde apoia o deputado estadual Bruno Engler (PL).
Apesar do gesto de Bolsonaro, Marçal ainda não confirmou se estará na manifestação na Paulista. "Eu vi na imprensa que o atual prefeito iria. Então, liguei para o Silas Malafaia e disse que, se ele for, todos os outros candidatos poderão ir. Obviamente, não vão usar o microfone, porque seria um comício. Não será o caso. Se o Pablo Marçal for, será muito bem recebido, assim como qualquer outro candidato", declarou.
O ex-presidente disse ainda que não pode desejar "boa sorte" ao influenciador e lembrou que tem um acordo para apoiar Ricardo Nunes em São Paulo. No início da campanha, Bolsonaro reconheceu que o prefeito não era seu "candidato dos sonhos", mas que o apoiou após ser convencido pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
O ex-chefe do Executivo também negou notícias publicadas na imprensa de que teria alertado Tarcísio para não se aproximar tanto de Nunes sob o argumento de que caso o prefeito não fosse para o segundo turno, o governador poderia ficar com a imagem arranhada.
"Falaram que eu fiz. Quem foi que falou que eu fiz (o alerta a Tarcísio)? Para a imprensa é fácil, é uma fonte, uma pessoa próxima ao Bolsonaro, um amigo, não sei o que lá. Vocês têm o sigilo da fonte. É muita fofoca da imprensa. Não concordo com isso", disse.