BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo que o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia deve entrar em vigor em até 3 anos porque é preciso do aval dos parlamentos dos países desenvolvidos e disse esperar que o Congresso Nacional seja um dos primeiros a aprovar a iniciativa.
"(o acordo) entra em vigor em 1 ou 3 anos, depende dos parlamentos. Vamos ver se o nosso aqui, talvez sejamos um dos primeiros a aprovar, espero e a luta continua", disse, em entrevista após chegar em da viagem para a cúpula do G20 a Osaka, no Japão.
Bolsonaro chamou de "missão cumprida" a viagem ao país asiático e mencionou o fato de que, durante o encontro no Japão, foi se concretizado o acordo de livre comércio entre os dois blocos econômicos.
O presidente disse que o "sucesso da viagem" se deve ao fato de que os ministros -- ao citar Tereza Cristina (Agricultura), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e a equipe econômica liderada por Paulo Guedes -- terem sido escolhidos por critérios técnicos. Tereza e Araújo estiveram em Bruxelas para acertar o acordo de livre comércio.
"Se fosse um ministro indicado por um partido, secretário indicado por outros partidos, não iria chegar a lugar nenhum", disse ele.
MANIFESTAÇÕES
Neste domingo, ocorrem manifestações país afora em defesa do ministro da Justiça, Sergio Moro, da operação Lava Jato e da reforma da Previdência. Perguntado sobre as manifestações de rua neste domingo, o presidente disse que é um direito do povo se manifestar.
"Costumo sempre dizer: a união dos Três Poderes precisa fazer parte também, tem que estar no coração, nos sentimentos nosso, uma coisa que pode levar o Brasil a um lugar de destaque, ele merece, nós temos tudo aqui, biodiversidade, riquezas minerais, áreas agricultáveis, área para o turismo", disse.
O presidente falou novamente sobre o militar que foi preso na Espanha ao desembarcar de um avião da Força Área Brasileira portando drogas.
"Tem que ser investigado, ele jogou fora a vida dele, jogou na lama o nome de instituições e prejudicou o Brasil também um pouco", disse.
"Mas isso acontece em qualquer lugar do mundo, em qualquer instituição. Eu lamento todo o ocorrido, meu grande lamento e que não foi na Indonésia", concluiu ele, ao repetir o que já havia dito - aquele país asiático prevê pena de morte para traficantes de drogas.
(Reportagem de Ricardo Brito)