(Reuters) - O presidente eleito Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira que "não é o momento" de aumentar despesas, no dia em que está prevista votação no Senado de projeto de lei que aumenta o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Obviamente que não é o momento, nós estamos terminando o ano com um déficit, vamos começar com outro déficit. Quando se fala em reforma da Previdência sempre exige sacrifícios, por mais que alguns digam o contrário", afirmou Bolsonaro a jornalistas, ao ser questionado sobre possível aumento de despesas.
"Todos têm que colaborar para que o Brasil saia dessa crise, e o Poder Judiciário, no meu entender, em um gesto de grandeza, com toda certeza não fará tanta pressão assim por esse aumento de despesa agora, no meu entender", acrescentou.
O projeto previsto para ser votado no Senado aumenta os salários dos ministros do STF para 39.293,32 reais, ante 33.763,00 reais hoje, como parte do Orçamento para 2019 da corte. A medida já foi aprovada pela Câmara dos Deputados.
Segundo cálculos das consultorias de Orçamento da Câmara dos Deputados e do Senado, a proposta implicará gasto adicional total de 4 bilhões de reais em 2019 aos cofres públicos, devido ao reajuste em cascata dos salários em decorrência do aumento para os ministros do Supremo.
Na terça-feira, antes de pautar a votação da matéria para esta quarta, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), disse que não pautaria nenhum projeto de impacto fiscal nas contas públicas, a não ser os que já estão em tramitação na Casa, como é o caso da proposta de reajuste do Judiciário.
"Não farei nenhuma pauta-bomba, para não criar nenhum tipo de problema, a não ser os projetos que já estão tramitando aqui na Casa. E caso não aconteça nenhum tipo de solicitação para que se faça um entendimento em relação a isso", disse.