(Reuters) - O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, acusou nesta sexta-feira o adversário no segundo turno da eleição presidencial Jair Bolsonaro, do PSL, de "abraçar com as próprias palavras" a cultura da violência, do estupro, da tortura e do nazismo, e disse que a única proposta do capitão do Exército para o país é armar as pessoas para que elas se matem.
"Bolsonaro é violência, Bolsonaro é bala, Bolsonaro é desrespeito. Ele é a representação de tudo que tem de pior em termos de violência no país", disse Haddad a jornalistas após acompanhar missa para Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, na Paróquia Santos Mártires, em São Paulo.
Na entrevista transmitida ao vivo nas redes sociais de Haddad, o candidato do PT comentou incidente ocorrido na véspera em que, segundo ele, sua comitiva foi perseguida por um ativista da campanha de Bolsonaro que fez gestos de violência e ofendeu a Igreja Católica após visita do petista à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília.
De acordo com Haddad, o homem foi identificado pela Polícia Federal e está sendo monitorado em função dos gestos de violência. O candidato do PT afirmou que já foram registradas mais de 100 notificações de casos de violência no país cometidas por apoiadores de Bolsonaro.
"A cultura da violência, do estupro, da tortura e do nazismo ele abraça com as próprias palavras", disse Haddad, que ainda acusou Bolsonaro de não ter projeto para o país, "a não ser armar as pessoas para que elas se matem".
O candidato do PT também acusou Bolsonaro de defender a redução de direitos trabalhistas e sociais por meio de propostas defendidas pelo coordenador econômico da campanha do PSL, o economista Paulo Guedes, e de ter se aliado com o líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, em busca de dinheiro.
"Vou dizer para vocês o que é o Bolsonaro. Ele é um casamento do neoliberalismo desalmado representado pelo Paulo Guedes, que corta direitos trabalhistas e sociais, com um fundamentalismo charlatão do Edir Macedo, isso é o Bolsonaro", disse Haddad.
"Sabe o que está por trás dessa aliança? Em latim chama 'auri sacra fames', fome de dinheiro. Só pensam em dinheiro".
Haddad e Bolsonaro estão no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto depois que o candidato do PSL foi o mais votado no primeiro turno, com 46 por cento dos votos válidos, e Haddad ficou em segundo, com 29 por cento. A votação decisiva ocorrerá em 28 de outubro.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)