Em meio a uma demora em confirmar agendas em São Paulo e às respostas a pedidos e gravação de uma peça para o horário eleitoral, o ex-presidente Jair Bolsonaro apareceu em uma chamada de vídeo em que fez elogios e reforça o apoio ao candidato do MDB em São Paulo, Ricardo Nunes. A aparição se dá após Bolsonaro dar sinais trocados sobre o apoio ao prefeito e dizer que não era hora ainda de entrar efetivamente em na campanha.
No vídeo, exibido em um jantar para Nunes no clube Monte Líbano, em São Paulo, Bolsonaro foi apresentado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e mandou um abraço especial a Nunes.
"Em especial um abraço para o Ricardo Nunes. Torço por você, tenho certeza de que haverá segundo turno e seremos vitoriosos no segundo turno", disse ele, após elogiar o apoio de Tarcísio a Nunes e antes de relembrar o episódio do acordo da dívida do Campo de Marte. De acordo com o ex-presidente, o acordo feito durante sua gestão "comprova a eficiência, o interesse e a vontade de acertar cada vez".
O evento que ocorreu nesta quinta-feira, 12, no clube Monte Líbano, contou ainda com a presença do ex-presidente Michel Temer (MDB), do deputado federal e presidente nacional da sigla, Baleia Rossi, do ex-governador Rodrigo Garcia, o presidente do PSD Gilberto Kassab e do vice na chapa Coronel Melo Araújo (PL).
O aceno do ex-presidente ocorreu após Nunes subir nas últimas pesquisas eleitorais. No levantamento do Datafolha divulgado nesta quinta-feira, 12, o emedebista lidera numericamente com 27% das intenções de voto, seguido de Guilherme Boulos (PSOL), com 25%, e Pablo Marçal (PRTB), com 19%. O atual prefeito também apareceu à frente na pesquisa Quaest com 24%. O cenário, no entanto, ainda é de empate técnico com Marçal apresentando 23% das intenções de voto e Boulos 21%.
A participação do ex-presidente em agendas de campanha de Nunes em São Paulo ainda é uma incógnita. Bolsonaro não acompanhou o emedebista em nenhum compromisso eleitoral desde o início da campanha, nem apareceu no horário eleitoral gratuito. Os dois estiveram juntos no ato do 7 de Setembro convocado pelo ex-presidente cujo principal mote foi o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. No entanto, Nunes não chegou a ter uma aparição de destaque ao lado do ex-presidente.Em sabatina no Estadão, Nunes afirmou confiar que conseguiria ter a presença de Bolsonaro na campanha.
"[Bolsonaro] participa e deve participar, com certeza", disse Nunes, que ponderou que o aliado viaja pelo País para fazer campanha em outras cidades. "Nós temos no nosso banco de dados mais de 2 horas de gravações com o presidente Bolsonaro das ações que a gente fez junto. Eu preciso, inclusive, tê-lo junto até para fazer um vídeo do acordo do Campo de Marte. Eu consegui, quando ele era presidente, resolver a dívida da cidade de R$ 25 bilhões [com a União]. Agora ele está viajando", afirmou.