LA PAZ (Reuters) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, perdeu o referendo que perguntava se poderia mudar a Constituição para concorrer a um quarto mandato, confirmou a comissão eleitoral no final de terça-feira.
Morales, que se tornou o primeiro presidente indígena da Bolívia em 2006 e cumpre seu terceiro mandato, tentou persuadir os bolivianos de que deveria ter o direito de se candidatar novamente em 2019.
Entretanto, mesmo ainda contando com o apoio sólido dos que creditam a ele ter reduzido acentuadamente a pobreza no país, o mandatário acabou pagando o preço das acusações de corrupção e de favorecimento que assombraram seu partido socialista, e também pelo temor de que a manobra fosse anti-democrática.
Com 99 por cento das urnas apuradas, o 'não' havia derrotado o 'sim' por 51,3 a 48,7 por cento, disse a comissão eleitoral, acrescentando que os votos ainda a serem computados não bastam para afetar o resultado geral.
Esse desfecho parecia provável desde as primeiras pesquisas de boca de urna de domingo, mas Morales e seu governo insistiam que ele ainda podia mudar depois que os votos das áreas rurais e do exterior fossem levados em conta.
(Por Daniel Ramos)