(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou, em artigo publicado nesta quinta-feira, que o Brasil está aberto a receber refugiados em meio à crise migratória internacional, apesar do momento de superação de dificuldades enfrentadas pelo país.
Em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo desta quinta-feira, Dilma citou a foto de um menino sírio de 3 anos morto por afogamento durante travessia da Turquia para a Grécia como um exemplo da "tragédia de terríveis proporções" que impõe desafios à toda humanidade.
"O Brasil, mesmo neste momento de superação de dificuldades, tem os braços abertos para acolher refugiados. Reitero a disposição do governo brasileiro de receber aqueles que, expulsos de suas pátrias, para o Brasil queiram vir, viver, trabalhar e contribuir para a prosperidade e para a paz. Queremos oferecer-lhes essa esperança", disse a presidente no artigo.
Dilma não especificou as "dificuldades", mas o artigo foi publicado um dia após o Brasil perder o selo de bom pagador pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, com o rebaixamento do rating soberano, num quadro de recessão econômica e crise política. [nL1N11G0DH]
No artigo, a presidente acrescentou que os conflitos na Síria e no Iraque responsáveis pelo enorme fluxo de imigrantes para a Europa devem ocupar espaço de destaque na Assembleia-Geral da ONU que começa na próxima semana, e cobrou ações urgentes de solidariedade.
Segundo a presidente, desde o início da guerra civil na Síria e da multiplicação de conflitos no Oriente Médio e no Norte da África o Brasil tem oferecido vistos humanitários aos refugiados sírios, no total de 7.752 vistos concedidos até o momento.
"Determinei que esse esforço seja ampliado, pois, como país que abriga em sua população mais de 10 milhões de descendentes sírio-libaneses, não poderíamos agir de outra maneira", afirmou.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)