Brasileiros protestam no portal da USTR com piadas, patriotismo e pedidos de prisão a Bolsonaro

Publicado 18.08.2025, 18:51
Atualizado 18.08.2025, 22:10
© Reuters Brasileiros protestam no portal da USTR com piadas, patriotismo e pedidos de prisão a Bolsonaro

Enquanto o governo brasileiro finalizava os últimos detalhes para apresentar formalmente recurso à investigação econômica aberta pelo governo Donald Trump contra o País, cidadãos usaram o portal do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) para reagir, com alguma dose de humor, ao tarifaço do presidente americano.

De piadas de duplo sentido a mensagens de cunho patriótico e pedidos de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o site oficial do USTR já reúne 155 manifestações públicas sobre o processo contra o Brasil.

Entre elas, a de empresas multinacionais como a Embraer (BVMF:EMBR3) e associações como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e associações setoriais, como a Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Entre manifestações sérias, brasileiros usaram o recurso do processo público para defender a cadeia a Bolsonaro e punição a seus familiares, reclamar de produtos nacionais e publicar pegadinhas com nomes de duplo sentido. As publicações foram feitas em inglês e português.

Algumas das mensagens identificadas pelo Estadão foram: "Respeite o Brasil", "Aqui é Brasil", "Não quero perder meu emprego", "FamilicianaCadeia", "Bolsonaro na Cadeia", "Edu Brasil", "Jim Carrey, Pois são comédia" (referência ao ator e comediante canadense, estrela de Hollywood) e "Respect our Brazil".

"O Brasil é soberano, e não há nada que a nova ditadura estadunidense possa fazer a respeito. Você está tão acostumado a menosprezar as Américas mas se meteu com o país errado", diz outra. "Vocês são os que discriminam, nós somos soberanos e você terão que engolir isso. Viva o Brasil, viva o Brics.

A fictícia "Associação Global de Estagiários Mal Pagos" sugeriu uma sessão de meditação "serenidade agora" para melhorar a eficiência de funcionários públicos na aplicação de medidas anti-corrupção no Brasil, mas afirmou que ela já é "bem mais transparente do que países onde fazer lobby é esporte nacional e o financiamento de campanha é menos regulado do que a ingestão de açúcar por uma criança pequena".

O prazo final para se manifestar terminaria às 23:59 desta segunda-feira, 18, no horário da capital americana. O documento já entregue por meio da Embaixada do Brasil em Washington.

Como é aberto a qualquer pessoa, o processo público contra o País recebeu uma série de manifestações de cunho político ou que não guardam relação direta com a finalidade do processo do USTR.

Uma delas é uma reclamação sobre a qualidade de produtos. Uma pessoa (o autor é desconhecido) protocolou no diretório do USTR uma queixa sobre uma marca nacional de chuveiros e enviou a imagem de uma ducha em curto circuito ao órgão americano - em nome da "Associação dos Chuveiros Queimados".

"Os chuveiros queimados prejudicam a população no inverno, principalmente em Estados mais frios", diz um autor que usou como codinome a marca da fabricante.

Embora a maior parte das reações seja crítica a Trump e defenda a soberania brasileira, houve também manifestações contrárias aos processos movidos pelo Supremo Tribunal Federal e ao PT.

Dois deles, de autores "anônimos" afirmam que "o tribunal inteiro é um problema" e que "quase todos os 11 juízes (exceto um) são comunistas e socialistas que aumentam seus próprios salários, criam e já perseguem qualquer um que queira limitar os poderes do Estado".

Outro remetente anônimo comentou no processo público, acessível no diretório do USTR, sobre a aplicação da lei anti-corrupção. "As chamadas políticas anticorrupção do PT eram apenas uma forma de monopolizar o roubo do Estado", afirmou o usuário, para quem as empresas americanas se prejudicam na competição pelo mercado nacional porque apenas "as empresas brasileiras que são ’amigas do rei’ se beneficiam recebendo recursos públicos".

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