RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) foi indiciado pela Polícia Federal no inquérito que investiga um suposto pagamento de propina de 2,7 milhões de reais referentes ao contrato de terraplanagem do Comperj, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, informaram autoridades paranaenses nessa quarta-feira.
A terraplanagem foi feita pelo consórcio de empreiteiras formado por Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Odebrecht. Todas elas são alvos das investigações da operação Lava Jato, que investiga um bilionário esquema de corrupção na Petrobras (SA:PETR4).
A delação contra Cabral e seu grupo foi feita pelo ex-executivo da Andrade Gutierrez Rogério Nora de Sá.
Além de Cabral, indiciado por corrupção passiva, outros dois operadores do suposto esquema ilegal de cobrança de propinas instaurado nos dois governos dele também foram indiciados pela Polícia Federal no Paraná: Carlos Emanuel de Carvalho Miranda e Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho.
O Ministério Publico Federal do Paraná tem até cinco dias para oferecer denúncia contra os três indiciados à Justiça Federal.
O ex-governador foi preso no mês passado em uma ação conjunta dos Ministérios Públicos Federal no Rio de Janeiro e no Paraná, no âmbito da operação Lava Jato.
Ele e seu grupo são acusados de terem desviado ao menos 224 milhões de reais de três obras realizadas no Estado durante os mandatos do ex-governador.
Cabral passou alguns dias no sistema prisional do Rio de Janeiro e no último fim de semana foi transferido para o Paraná a pedido da Justiça Federal fluminense que suspeitava que o ex-governador estaria obtendo algumas vantagens na cadeia, tais como visitas não autorizadas.
A mulher do ex-governador, Adriana Ancelmo, foi presa na semana passada acusada de integrar e de ser uma das principais beneficiárias do suposto esquema.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)