Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vai deixar o cargo até terça-feira, disseram à Reuters duas fontes do Palácio do Planalto nesta segunda-feira.
Cardozo já havia manifestado vontade de deixar o ministério, diante de pressões devido ao rumo das investigações da Lava Jato, mas acabou permanecendo a pedido da presidente Dilma Rousseff. O ministro participa de reunião com Dilma na manhã desta segunda-feira, no Planalto, para tratar de seu futuro no governo.
O nome de Cardozo, segundo uma das fontes, está sendo considerado para assumir a Advocacia-Geral da União, no lugar de Luís Inácio Adams, que deve deixar o cargo.
Cardozo é alvo constante de críticas pelo avanço das operações da Polícia Federal sobre políticos, acusado de não ter controle sobre a PF, subordinada a sua pasta. Em entrevista à Reuters, em novembro do ano passado, o ministro disse que seus detratores têm um “viés autoritário” e não percebem que o Brasil vive em uma democracia.
“Para não ser injusto eu diria que são críticas de setores do meu partido e da oposição. Porque quando a investigação resvala em alguém da oposição eu recebo a acusação de que eu estou instrumentalizando o partido. Quanto a investigação resvala em gente da base governista, dizem que eu não controlo", afirmou na entrevista.
Na ocasião disse que não tinha planos de sair enquanto a presidente o quisesse no cargo, apesar de reconhecer que havia “fadiga de material” no ministério.