SANTIAGO (Reuters) - O Chile descartou nesta quarta-feira suspender o convite ao presidente venezuelano Nicolás Maduro para participar da próxima mudança de liderança, apesar de ter se manifestado junto a outros países da região contra eleições antecipadas na Venezuela.
O ministro das Relações Exteriores do Chile, Heraldo Muñoz, disse que o convite a Maduro e as eleições no país caribenho são dois temas diferentes, em uma posição que aponta distanciamento dos pedidos de alguns parlamentares que rejeitam a eventual visita do presidente venezuelano à cerimônia do dia 11 de março.
"Isto sempre foi feito porque se convidam os Estados. Há uma diferença entre Estados e governos. Um pode ter uma posição muito clara, como o Chile tem sobre o governo venezuelano, mas algo distinto é o convite à Venezuela para um ato de entrega de poder", esclareceu Muñoz a repórteres.
As declarações do chanceler foram feitas um dia após ter participado de uma reunião do chamado Grupo de Lima, formado por diversos países da América que pediram para Maduro reconsiderar a convocação a eleições antecipadas e apresentar um novo calendário para os comícios.
A Venezuela planeja realizar eleições presidenciais em 22 de abril, após a Assembleia Nacional Constituinte – um órgão plenipotenciário formado por apoiadores de Maduro – decidir a convocação. Maduro irá buscar reeleição.
A comunidade internacional desaprova a convocação da eleição, que a oposição ainda não decidiu se irá participar.
(Por Antonio de la Jara)