WASHINGTON/MONTREAL (Reuters) - A canadense Bombardier venceu nesta sexta-feira uma disputa comercial contra a norte-americana Boeing, após uma agência dos Estados Unidos rejeitar o pedido de aplicar tarifas maiores sobre as vendas do jato CSeries da canadense para operadoras dos EUA.
As ações da Bombardier subiram 15 por cento, enquanto os papéis da Boeing tiveram ligeira queda.
A Comissão de Comércio Internacional dos EUA rejeitou argumentos da Boeing de que foi prejudicada pelas vendas do CSeries a preços abaixo do mercado nos EUA, e descartou uma recomendação do Departamento de Comércio para cobrar um tarifa de quase 300 por cento sobre as vendas da aeronave com 110 a 130 assento por cinco anos.
A brasileira Embraer (SA:EMBR3), maior rival da Bombardier no mercado de aeronaves de médio porte, reiterou sua posição de que a Bombardier e suas aeronaves CSeries foram fortemente subsidiadas pelo governo canadense.
"Esses subsídios maciços não só permitiram que a Bombardier sobrevivesse, mas também que a empresa oferecesse suas aeronaves a preços artificialmente baixos, distorcendo todo o mercado global de aeronaves comerciais", disse a Embraer em comunicado.
Esperava-se que a Comissão nos EUA decidisse a favor da Boeing, que acusou a Bombardier de vender os aviões abaixo do custo no mercado norte-americano.
A Comissão não deu uma explicação para sua decisão.
Em comunicado, a Bombardier chamou a decisão de uma "vitória para a inovação, a concorrência e o estado de direito", e uma vitória para as companhias aéreas dos EUA e para os passageiros.
A Boeing disse que estava decepcionada que a Comissão não reconheceu "o prejuízo que a Boeing sofreu com os bilhões de dólares em subsídios ilegais do governo que o Departamento de Comércio descobriu que a Bombardier recebeu e usou para lançar aeronaves no mercado de aeronaves de corredor único dos EUA".
(Por David Shepardson, Lesley Wroughton e Allison Lampert, com reportagem adicional de Aluísio Alves)