Por Arshad Mohammed e Jeffrey Dastin
WASHINGTON/NOVA YORK (Reuters) - Os Estados Unidos e Cuba concordaram em restabelecer o serviço aéreo comercial regular entre os dois países pela primeira vez em mais de cinco décadas, exatamente um ano depois de iniciarem o processo para normalizar relações.
O mais recente passo na retomada dos laços entre EUA e Cuba depois de 54 anos de hostilidades não entrará em vigor imediatamente, mas deve vir a aumentar o turismo e os negócios na ilha de regime comunista.
Uma vez implementado, o acordo permitirá que companhias aéreas norte-americanas vendam passagens em seus sites para voos a Cuba, mas precisam primeiro requerer autorização dos reguladores dos EUA para operar rotas específicas. Voos fretados de companhias norte-americanas já conectam os dois países.
Os EUA e Cuba concordaram em permitir 110 voos de ida e volta de companhias norte-americanas para Cuba por dia, de acordo com o vice-secretário-assistente para assuntos de transporte no Departamento de Estado, Thomas Engle. Isso inclui 20 voos para Havana e 10 para cada um dos outros nove aeroportos internacionais cubanos.
Ele disse que não foi estabelecida uma data para a assinatura final do acordo de aviação, mas que não se esperava nenhuma pendência capaz de impedir a medida.
Um grupo que promove o comércio entre os EUA e Cuba afirmou que haveria um processo de 60 a 90 dias durante o qual companhias com base nos EUA iriam propor suas rotas, sugerindo que os voos regulares não começariam até os primeiros meses de 2016, pelo menos.
A decisão de restabelecer relações, tomada há um ano pelos presidentes dos EUA, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, reflete em parte a avaliação de Washington de que a política de isolar Havana politicamente, economicamente e diplomaticamente havia falhado.
Enquanto autoridades norte-americanas ainda se opõem à falta de direitos políticos em Cuba, Obama concluiu que esses objetivos seriam melhor perseguidos via engajamento.
Embora o acordo possa tornar mais fácil as viagens de ida e volta entre os dois países, as restrições dos EUA ao turismo para a ilha caribenha continuam em vigor.
Os viajantes norte-americanos ainda precisam atender a pelo menos um dos 12 critérios para visita, como ser um cubano-americano, participar de viagens educacionais ou atividades jornalísticas.
(Reportagem adicional de Daniel Trotta, em Havana)