BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reiterou nesta sexta-feira o depoimento que deu à CPI da Petrobras (SA:PETR4) em março, no qual negou a existência de contas bancárias em seu nome além da que consta em sua declaração de Imposto de Renda, após o Ministério Público Federal (MPF) afirmar que o parlamentar e familiares têm conta na Suíça.
Em nota, o presidente da Câmara afirmou também que não comentará as denúncias sobre movimentações financeiras no exterior até que tenha acesso ao teor dos fatos divulgados pela imprensa e manifestou "estranheza" com o que classificação de "divulgação seletiva" de denúncias.
"O presidente desconhece o teor dos fatos veiculados e não tecerá comentários sem ter acesso ao conteúdo real do que vem sendo divulgado. Assim que tiver ciência, por meio de seus advogados, o presidente se manifestará", diz a nota.
"Causa muita estranheza a divulgação seletiva de notícias visando unicamente constranger o presidente da Câmara... Refutamos a tentativa contínua de transformar o presidente da Câmara no principal foco da investigação."
O deputado já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), por suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras apurado pela operação Lava Jato.
Na quarta-feira, o Ministério Público da Suíça transferiu para a PGR as investigações contra o presidente da Câmara por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Segundo a PGR, investigações do MP da Suíça iniciadas em abril relatam a existência de contas em nome de Cunha e de familiares, que foram bloqueadas.
As novas denúncias motivaram um grupo de deputados independentes a protocolarem, na quinta-feira, um pedido de informações ao presidente da Câmara sobre essas investigações.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)