(Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu pedir a seus advogados que retirem uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que busca sua liberdade, diante da possibilidade que a corte julgue na mesma matéria a inegibilidade do petista.
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, hoje candidato a vice de Lula, explicou em Curitiba que o ex-presidente não quis correr esse risco porque deseja que a chapa presidencial petista seja registrada dia 15 com seu nome.
"É um pedido de liberdade, só que a impressão que causou, pelas declarações, é de que ia ser usado esse expediente no pedido de liberdade para julgar a elegibilidade, o que não constava do pedido", disse Haddad em Curitiba a jornalistas, após visitar Lula com a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann.
"Então, para não correr risco, e o Lula sempre deixou claro 'eu não troco a minha dignidade pela liberdade', ele está retirando esse pedido hoje, porque a dignidade dele é mais importante do que a liberdade nesse momento, e para deixar claro que no dia 15, como nós anunciamos, nós vamos levar a registro a nossa chapa, que foi homologada ontem", acrescentou.
Na semana passada, o ministro do STF relator da ação, Edson Fachin, sugeriu que seria melhor que a corte definisse a situação de Lula antes do prazo final para o registro das candidaturas, que é o dia 15. [nL1N1US1B9]
A partir daí passou-se a especular que o STF poderia aproveitar para julgar juntamente com o pedido de liberdade a inegibilidade do ex-presidente.
Lula está preso em Curitiba desde abril, cumprindo pena pela condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Como foi condenado em segunda instância, a expectativa é que sua candidatura seja barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa.
(Por Alexandre Caverni em São Paulo)