💡 Precisa de novas ideias para investir? Confira as atualizações das carteiras dos bilionáriosAcesse grátis

Defesa pede à PF que declare 'suspeição' de delegado que indiciou Anderson Torres por 8/1

Publicado 08.07.2024, 12:54
Atualizado 08.07.2024, 16:10
© Reuters.  Defesa pede à PF que declare \'suspeição\' de delegado que indiciou Anderson Torres por 8/1

A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres pediu à Corregedoria-Geral da Polícia Federal que reconheça a suspeição do delegado Clyton Eustáquio Xavier, responsável pela condução de duas apurações disciplinares sobre o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um dos procedimentos, o delegado atribui a Torres responsabilidade pelos atos golpistas de 8 de janeiro. O delegado indiciou Torres no último dia 26.

A reportagem do Estadão pediu manifestação da PF. O espaço está aberto.

Os advogados de Torres alegam "indício de parcialidade" no relatório de indiciamento do ex-ministro. Segundo eles, o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal "devia e podia agir para evitar o resultado" dos atos golpistas. A Corregedoria imputa "omissão" a Torres.

A defesa - sob responsabilidade dos advogados Eumar Novacki, Marcus Rafael Santos, Mariana Kneip Macedo, Alessandra Fernandes de Almeida Telles - afirma que o relator do caso na Corregedoria da PF somente 'priorizou as provas desfavoráveis ao ex-ministro, dispensando os elementos favoráveis ao delegado'.

A banca pede que a PF avalie a eventual suspeição de Clyton Xavier, presidente da Segunda Comissão de Disciplina da Corregedoria-Geral da PF. O argumento central da defesa reside no fato de que Torres exonerou o delegado, em 2021, da função de diretor da Secretaria de Operações Integradas da PF.

A defesa diz que a função da qual Xavier foi afastado é "prestigiosa e bem remunerada". O plus salarial para o cargo, na ocasião, era de R$ 13,6 mil, apontam os advogados.

Na avaliação dos defensores do ex-ministro da Justiça, a exoneração de Clyton Xavier acabou por gerar o "interesse pelo pior resultado possível do procedimento administrativo disciplinar instaurado contra Anderson Torres".

O reconhecimento da suspeição levaria à anulação do PAD que indiciou Torres. A defesa também pleiteia que a PF abra uma apuração disciplinar sobre a conduta do delegado, sob o argumento de que ele "tinha o dever de se declarar impedido ou, pelo menos, de informar que havia sido exonerado por Anderson Torres".

A defesa invoca artigo que versa sobre a tramitação de processo administrativo federal. O texto prevê que é impedido de atuar no PAD o servidor ou autoridade que "tenha interesse direto ou indireto na matéria".

Segundo os advogados de Torres, a exoneração de uma posição de grande destaque no governo federal tem o condão de gerar, no agente exonerado, "inequívoco sentimento de contrariedade e antipatia pelo agente que o exonerou".

Na avaliação da defesa, o interesse do delegado Clyton Xavier nos PADs sobre Torres é "cristalino".

"Afrontaria a inteligência presumir que a autoridade que já foi exonerada de uma posição influente não teria, de antemão, interesse pelo pior resultado condenatório de seu exonerado. O bom senso permite deduzir, com segurança, que seriam extremamente prováveis uma forte animosidade do agente exonerado e uma grande inclinação deste pelo desfecho desfavorável ao acusado exonerador", pondera a defesa.

Os advogados ressaltam a influência que o delegado exerce sobre a elaboração do relatório que indiciou o ex-ministro. "Se o presidente da Comissão fosse isento e tivesse por fim a criação de um panorama fático fiel, jamais teria preferido uma das versões dos fatos, dispensando completamente o cotejo com outras", alegam.

Segundo a defesa, o relatório de indiciamento de Torres, com 130 páginas, foi apresentado menos de 24 horas após o interrogatório do ex-ministro. Para os defensores, isso indica que "o documento e suas conclusões já estavam prontos antes mesmo do interrogatório".

COM A PALAVRA, A POLÍCIA FEDERAL

A reportagem do Estadão pediu manifestação da Polícia Federal sobre as alegações da defesa do ex-ministro Anderson Torres. O espaço está aberto para a PF e para o delegado Clayton Eustáquio Xavier (pepita.ortega@estadao.com)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.