Delações de publicitários dependem de decisão do STF sobre Adin para serem homologadas

Publicado 04.08.2017, 09:31
© Reuters.  Delações de publicitários dependem de decisão do STF sobre Adin para serem homologadas

Por Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - Os publicitários Duda Mendonça e Marcos Valério esperam uma definição do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a ação direta de inconstitucionalidade impetrada pelo Ministério Público para saber se as colaborações premiadas firmadas com a Polícia Federal terão validade, uma vez que envolvem autoridades com foro privilegiado perante a corte.

As duas propostas, segundo a Reuters apurou com fontes ligadas às tratativas, foram recusadas inicialmente pelo Ministério Público Federal, mas os advogados de ambos negociaram com a Polícia Federal para seus clientes firmarem os acordos.

A proposta de colaboração de Duda, por exemplo, vinha sendo negociada com o MPF desde 2016, mas, sem avanços. O publicitário chegou a entregar alguns anexos, mas os procuradores avaliaram que as informações oferecidas por ele não eram suficientes.

A delação só andou com a PF recentemente. No momento, está nas mãos do ministro do Supremo Edson Fachin, que só tomará uma decisão, segundo uma fonte, após o desenlace no julgamento da ação movida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que questiona a possibilidade de a polícia celebrar acordos.

Neste acordo, segundo uma das fontes que participaram das tratativas, a PF não indicou quais benefícios o publicitário poderá ter direito se confirmados os termos da colaboração. Essa tem sido uma praxe do Ministério Público Federal.

Segundo uma fonte que conhece a delação do publicitário, Duda teria falado de pagamentos recebidos em campanhas do PMDB por meio de caixa 2, entre outros temas.

A delação de Marcos Valério, já condenado no escândalo do mensalão, é mantida sob sigilo no STF e está nas mãos de outro ministro da corte. Parte de seu conteúdo trataria do mensalão mineiro, escândalo de pagamentos de deputados em Minas Gerais no governo de Eduardo Azeredo (PSDB), mas incluiria também temas mais recentes.

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