WASHINGTON (Reuters) - Os democratas criticaram a administração Trump neste domingo depois que o governo se recusou a divulgar milhares de documentos sobre Brett Kavanaugh antes da audiência desta semana no Senado que vai decidir a nomeação do jurista para a Suprema Corte norte-americana.
Indicado pelo presidente Donald Trump, Kavanaugh trabalhou na Casa Branca durante o governo do ex-presidente George W. Bush, cujos advogados vasculharam documentos da época e descobriram que 27 mil deles estavam em sigilo sob "privilégio constitucional".
A Casa Branca ordenou que os documentos não fossem entregues ao Comitê Judiciário do Senado, revelou um dos advogados de Bush em carta ao presidente do comitê, que sediará as audiências marcadas para a próxima terça-feira.
Outras 102 mil páginas de documentos relacionados ao histórico de Kavanaugh não foram entregues por outras razões. O comitê teve acesso a mais de 415 mil páginas sobre o histórico de Kavanaugh, disse o advogado na carta.
Dick Durbin, número dois do partido democrata no Senado, disse em entrevista ao programa "Fox News Sunday" que foi a primeira vez que a Casa Branca alegou privilégio constitucional sobre documentos.
"Houve mais ocultação do que nunca na história dos Estados Unidos de documentos que dizem respeito ao serviço público e à posição dele (Kavanaugh) sobre questões ... Se ele está tão orgulhoso de suas credenciais conservadoras, mostre-nos o histórico", disse Durbin.
A senadora democrata Amy Klobuchar, membro do Comitê Judiciário, endossou as preocupações de Durbin em uma entrevista ao "Meet the Press", da NBC, neste domingo, dizendo: "Isso não é normal."
Já os republicanos fizeram pouco caso das preocupações dos democratas com a falta de acesso a partes do histórico de Kavanaugh, argumentando que as críticas são motivadas politicamente.
"Os democratas têm informações mais do que suficientes para entender que este é um jurista altamente qualificado e que deverá ser o próximo juiz da Suprema Corte", disse o senador republicano Ron Johnson, do Wisconsin, em uma entrevista ao programa "This Week", da ABC.
Trump nomeou Kavanaugh para ser membro da Suprema Corte dos EUA em substituição ao juiz Anthony Kennedy em 9 de julho.
Kavanaugh deve conquistar a maioria dos 100 assentos do Senado na aprovação de sua indicação. A maioria dos republicanos, que tem uma pequena maioria na Câmara, deve apoiá-lo.
(Reportagem de Makini Brice)