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Democratas processam Rússia e campanha de Trump por suposta conspiração na eleição de 2016

Publicado 20.04.2018, 18:40
© Reuters. Presidente dos EUA, Donald Trump, durante entrevista coletiva em Palm Beach

Por Mark Hosenball e David Alexander

WASHINGTON (Reuters) - O Partido Democrata dos Estados Unidos processou o governo da Rússia, a campanha eleitoral do presidente norte-americano, Donald Trump, e o site WikiLeaks nesta sexta-feira, acusando-os de terem criado uma conspiração de grande abrangência para influenciar a eleição presidencial de 2016.

O partido alega na ação civil federal apresentada em Manhattan que autoridades de primeiro escalão da campanha de Trump conspiraram com o governo russo e sua agência militar de espionagem para prejudicar a candidata democrata Hillary Clinton e fazer a eleição pender para Trump invadindo computadores do Partido Democrata.

    A ação civil alega que a campanha do republicano Trump "aceitou alegremente a ajuda da Rússia" na eleição de 2016 e a acusa de ser um "empreendimento extorsivo" que trabalhou em conluio com Moscou.

    "Durante a campanha presidencial de 2016, a Rússia lançou um ataque total à nossa democracia e encontrou um parceiro disposto e ativo na campanha de Donald Trump", disse Tom Perez, presidente da Convenção Nacional Democrata. "Isto constituiu um ato de traição inédita."

A Casa Branca não respondeu a pedidos de comentário, mas a operação de campanha que Trump já montou para a eleição presidencial de 2020 chamou o processo de "frívolo" e o caracterizou como um esforço de arrecadação.

"Esse é um processo fraudulento sobre uma alegação falsa de conluio apresentada por um Partido Democrata desesperado, disfuncional e quase insolvente", disse o gerente da campanha Brad Parscale em nota.

    Entre os acusados da ação estão três pessoas que foram indiciadas em resultado da investigação do procurador especial Robert Mueller sobre a interferência russa: o ex-gerente de campanha Paul Manafort, seu associado Rick Gates e o ex-assessor de campanha George Papadopoulos.

    Donald Trump Jr., Roger Stone, um associado de Trump, e Jared Kushner, genro do presidente, também foram acusados.

    Trump vem negando reiteradamente que sua campanha tenha se mancomunado com a Rússia, e Moscou nega ter interferido na votação.

    No ano passado quatro agências de inteligência norte-americanas relataram que a Rússia patrocinou a invasão cibernética de grupos do Partido Democrata e outras ações durante a campanha de 2016. Parte do esforço visava beneficiar Trump em detrimento de Hillary, disseram as agências.

    O Comitê Nacional Democrata culpa a Rússia por violações de seus sistemas de computadores em 2015 e na primeira metade de 2016.

Hackers disseminaram comunicações internas de autoridades do partido assim que a convenção de nomeação democrata começou e o Wikileaks vazou milhares de emails, alguns dos quais eram embaraçosos para a campanha de Hillary e tiveram a intenção de gerar conflitos entre os apoiadores do partido.

    A maioria das acusações parece se basear em reportagens e em documentos legais abertos ao público, e oferecem poucas informações novas sobre o suposto conluio com Moscou.

    Os democratas estão empenhados em lembrar os eleitores da questão russa e da eleição de 2016 antes das eleições parlamentares de meio de mandato de novembro.

© Reuters. Presidente dos EUA, Donald Trump, durante entrevista coletiva em Palm Beach

O Comitê Nacional Republicano, a campanha Trump, o gerente de campanha Michael Glassner, o WikiLeaks e os advogados de Trump Jr., Manafort, Gates e Papadopoulos também não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

Stone disse que o processo foi baseado em "uma teoria de conspiração de esquerda". "Nenhuma prova ou evidência", ele escreveu em um email para a Reuters.

    (Reportagem adicional de Ginger Gibson, Lisa Lambert e Warren Strobel)

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